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La force des choses
31.3.07
 
Gog
Envergonha-me dizer onde conheci Gog: foi num manicómio.

Era um monstro vestido de verde-claro, que devia ter meio século.
Alto mas sem linha; não tinha um único pelo na cabeça; sem cabelos, sem sobrancelhas, sem bigode, sem barba.
Um bolbo informe de pele nua com excrescências coralinas.
O rosto era de um escarlate escuro, quase violáceo.
O seu verdadeiro nome ao que parece era Goggins, mas desde rapaz, chamavam-lhe sempre Gog e esse diminutivo agradava-lhe, porque o circundava uma espécie de auréola bíblica e fabulosa: Gog rei de Magog *

Ao terminar a primeira grande guerra era um dos homens mais ricos dos Estados Unidos, o que quer dizer, do planeta.
Até agora – dizia – tenho sido um galeriano do dinheiro; mas de hoje em diante, ele será o meu servidor.

É preciso ter em conta a mescla perigosa que havia nele: um semi selvagem inquieto – nascera numa das ilhas do Hawaii de uma mulher indígena e pai desconhecido – que enriquecera de tal modo que tinha sob o seu domínio as riquezas de um imperador.
Um descendente de canibais que se apoderara, continuando bruto, do mais espantoso instrumento de criação e de destruição do mundo moderno.
Animalesco de origem e vocação quis proporcionar-se todas as formas de epicurismo cerebral do nosso tempo.
O seu cérebro era capaz, em certos momentos, de compreender os mais exasperantes modernismos, mas a sua alma tornava-se mais árida e mais cruel do que a dos seus antepassados maternos.

Mas, nesse cínico, sádico, maníaco, hiperbólico semi-selvagem, lobriguei uma espécie de símbolo da – para mim – falsa e bestial civilização cosmopolita e apresento-o com a mesma intenção com que os espartanos mostravam aos filhos um ilota completamente bêbado.
Muitíssimos no nosso tempo se assemelham, com efeito, a Gog.
Mas Gog é, em meu entender, um exemplo particularmente instrutivo e revelador, por duas razões:
- Primeiro porque a sua riqueza lhe permitiu realizar impunemente muitas extravagâncias idiotas ou criminosas, que os seus semelhantes devem contentar-se em imaginar em sonhos;
- Segundo, porque a sua sinceridade de primitivo leva-o a confessar sem rubor os seus caprichos mais repulsivos, isto é, aquilo que os demais ocultam e não se atrevem a dizer nem a si próprios.

* Satã será liberto da sua prisão e sairá para seduzir as nações, Gog e Magog… (Apocalipse, XX, 7)

aldrabado apartir de Giovanni Papini, Gog 1932

30.3.07
 
Lord Bowie and Lady Faithfull

 
Começou mal...
... o regresso do Rali de Portugal ao Campeonato do Mundo.
Durante o "shakedown" da manhã, e quando cumpria a terceira passagem pelo troço de Vale Judeu (Loulé), Armindo Araújo perdeu o controle do Mitsubishi Lancer após um ligeiro salto, acabando por colher dois fotógrafos e dois espectadores que estavam na berma da estrada.

Pouco actualizado estou com o mundo dos rallies.
Mas foi por situações como a da imagem (foi a desculpa) que, após o desaparecimento de César Torres, o nosso Rally, apesar de várias vezes considerado o melhor do mundo, foi expulso do calendário do Mundial.



Como me explicou quem disto sabe, a Formula Um vai trocando as exigencias Europeias por continentes mais liberais, nunca mais volta.
E muito custou trazer de outra vez o "World Rally Championship" para Portugal.
As equipas de fábrica funcionam para um Rally como clientes, e o cliente tem sempre razão como se sabe.
Já não se sujeitam a confusões e canseiras, razão das saudosas e míticas classificativas do norte, como Arganil, terem deixado de ser viáveis.
Agora os meninos querem chegar de avião, ter o hotel e restaurante perto, e correrem os troços num pequeno raio em torno desse centro onde poisam.
Espectáculo mas sem chatices...
Foi assim que surgiu o Algarve, como sabemos o preferido do turismo.
Convinha era respeitar as regras do público, porque como veio, também vai...
27.3.07
 
A Nação das nações 2

Que restou da Europa histórica? que é que resta desse complexo policêntrico, geo-histórico, civilizacional, cultural, que só pôde existir através de conflitos mas em comunicação, na resistência a hegemonias políticas e culturais?

Resta a riquíssima diversidade das culturas transnacionais (germânicas, latinas, eslavas) e das culturas nacionais, marcadas cada por uma língua original.
Resta também uma extraordinária variedade de micro culturas, fruto da textura micro-étnica da Europa depois das invasões, riquezas salvas pelas falhas nas unidades nacionais, mesmo nas mais antigas nações, como a França e a Inglaterra.

Mas só essa diversidade, essa pluralidade, é que são europeias?
Não existirá também um fundamento, uma unidade, um princípio de ordem e de organização, que responda à nossa necessidade de hoje?
Ora o fundamento da Europa é a perda dos fundamentos (o Império, o Mediterrâneo, a Cristandade); a ordem da Europa só foi própria numa certa anarquia eco-organizada e nunca existiu como organização superior dos seus constituintes.
Daí o problema literalmente desconcertante que se põe: procurar no presente e não no passado o princípio da organização europeia.
Mas para isso, podemos recorrer ao princípio histórico que liga a identidade europeia ao devir e á metamorfose.

De facto a exigência vital de salvar a sua identidade, requer uma nova metamorfose da Europa.
apartir de Edgar Morin, Pensar a Europa

PS: complementa as postas aqui , aqui , aqui , aqui , aqui e aqui , ufff!


26.3.07
 
A Nação das nações

Durante a guerra-fria a Europa esteve reduzida a um subsistema do sistema Ocidental, sob liderança americana. Hoje é todo o sub-continente.
Quer se goste ou não (e eu prezo o vinculo euro-atlântico) já não é um subsistema, mas um actor internacional que aspira ao poder global.
É-o já na esfera económica e comercial, mas está longe nas esferas diplomática e militar.
Em períodos de cerca de cinco anos, a União Europeia tem aprofundado o processo de integração, com novos tratados:
- Maastricht 1992
- Amesterdão 1997
- Nice 2001

Em 2005 devia ter sido ratificada a Constituição, melhor dizendo, o tratado constitucional, não propriamente uma Lei Constitucional.
Um novo tratado que simplifique e torne funcional o actual sistema europeu, ele igualmente fundamentado em tratados inter nações.
Mas a dinâmica política quinquenal foi quebrada pelos cidadãos franceses e holandeses.

Agora, após alguns anos de paralisia, os governos europeus tentaram em Berlim recuperar o entusiasmo pela construção europeia.
O que seria um facto pouco significante, os 50 anos do Tratado de Roma, foi aproveitado politicamente para tentar um novo élan, na construção deste objecto politico único no mundo, que nem é uma mera associação de estados, nem uma Federação, mas algo de intermédio: o sistema politico europeu.

A Declaração de Berlim, adoptada ontem, visa relançar estabelece um prazo limite: " os vinte e sete estados europeus partilham o objectivo de assentar a Europa em bases comuns, renovadas até às eleições do Parlamento Europeu, em 2009"
A assinatura desta declaração é já é meio caminho – a vontade comum – para a redefinição do projecto constitucional na a presidência portuguesa.
Falta é o acordo, como sempre... fica para a última.
A Europa ainda é – pelo menos até que exista uma Constituição determinante – aquilo que os seus governos mais poderosos (Alemanha, França, Itália e a rebelde Inglaterra) querem em cada momento.
Mas a União não se pode dar ao luxo de não ter constituição (que já existe de facto) porque isso é a condição mínima para funcionar eficazmente a 27.
E é também o caminho mais curto para evitar directórios porque sem regras definidas tende a seguir-se a lei do mais forte, o Directório (o governo só de alguns), enquanto que com regras definidas a Europa será de todos.


Convinha era que se aprendesse a lição, e se abandonassem de vez as habilidades nas costas dos cidadãos, que cada vez menos aceitam factos cozinhados.
25.3.07
 
Uma vitória que me enche de orgulho pelo meu país
foto Unión de Rugby del Uruguay

Também a mim Jpt...
Pela primeira vez na história, estaremos numa primeira fase da Taça do Mundo de Rugby
França 2007
09/09 Escócia-Portugal
15/09 Nova Zelândia-Portugal
21/09 Itália-Portugal
25/09 Roménia-Portugal

 
Da mesquinhez
O dia da adesão, que o presidente Cavaco Silva resolveu esquecer na poeira do tempo
Pois nesta manhã dominical, lendo o “Público” habitual, fiquei penalizado de novo. Como o doutor VPV é grande e nos permite o gozo (e irritação) da sua leitura, vou-me a ele outra vez. Mas desta vez em sintonia, por causa do presidente Cavaco.

Ao que diz “Segunda-feira, o presidente da Republica vai comemorar os 50 anos da “Europa” com uma reunião de ministros, secretários de estado e directores gerais que passaram pelo Ministério dos Negócios estrangeiros (…) Mário Soares que, em 1977, começou o processo de candidatura e 1985, assinou o tratado, não mereceu a honra de um convite”

Eu cá, não vou á bola com o doutor Soares, mas choca-me este desdém.
E acompanho VPV quando diz que Cavaco “ainda hoje não percebe que a “Europa” é um problema político e não um problema técnico ou burocrático”

O doutor Mário Soares pode ter muitos pecados (entre eles a arrogância majestática com que vê os portugueses) mas prestou dois serviços determinantes à Pátria:
- Venceu o partido comunista e o MFA, permitindo a instituição de um estado de direito.
- Realizou, desde a candidatura à assinatura, a integração na Europa (sem as aspas do VPV).
Este ultimo facto, representou para o país rural e atrasado que herdámos do Estado Novo, a maior de todas as reformas estruturais, como Mário Soares afirmou no momento da adesão; É essencialmente a ele que o devemos.

O doutor Cavaco devia ter presente que, agora já não é o doutor Cavaco, agora é o Presidente, e a questão é política; nesse sentido vale mais um reconhecimento a Mário Soares, do que mil cumprimentos a funcionários públicos, mais ou menos anónimos; não que o não mereçam, mas evitar o que é importante, pondo em evidencia o secundário é baixa política. E é pequenez de espírito, falta de generosidade… e falta de visão.

PS: Também não sou parvo ao ponto de não perceber que, VPV é tão amável com Soares e Portas, quanto é azedo com Cavaco Silva (e Santana Lopes).
Desde sempre.
Não fica mal lembrar aqui, que foi também com desdém (talvez superior), que o “óptimo ministro da defesa” Paulo Portas, despediu Maria Barroso da presidência da Cruz Vermelha Portuguesa... só por causa do nome.

24.3.07
 
Bom, faz-se tarde, vou prá caminha… e acho que ainda vou ler um bocadito :)

23.3.07
 
Dos esqueletos
"A gente que se dedica ao amável exercício de “assassinar” Paulo Portas com certeza que já se esqueceu do seu próprio armário de esqueletos"
VPV Publico 23 Março 2007


Pois esta manhã, na leitura habitual, fiquei penalizado.
Pois faz pouco tempo zurzi o doutor PP… e então não é que, o certeiro o doutor VPV, com enorme nitidez me mostra que “há por aí um ódio cego e estúpido” que só eleva o génio inato... do doutor PP.
Afinal “a partir de O Independente (o doutor PP) nunca deixou de ser objecto da longa e rancorosa inveja portuguesa”
O Indy não teve o sucesso que teve, por se apoiar em títulos bombásticos, capas geniais, no espectáculo brilhantemente demagógico.
O Indy não teve o sucesso que teve, dizendo aos ouvidos das leves gentes (rancorosas?) o que estas queriam ouvir.
O Indy não teve o sucesso que teve por "assassinar" pessoas a partir de investigações ligeiras, conclusões simplistas e condenações prematuras.
Assim de repente, estou-me só a lembrar de Miguel Cadilhe e de Leonor Beleza.
É de invejosos deste tipo que falamos doutor VPV?
O doutor P.P. “tirou o CDS de uma quase irremediável miséria”, “levou-o ao poder” e “foi um óptimo ministro da defesa”.
Mas então porque saiu? alguém o empurrou?
Não saiu pelo seu próprio pé?
Não saiu por não ter conseguido 10% dos votos nem impedir a maioria socialista?
E não deixou o partido numa miséria e ressaca sem líder?
Não deixou também o terreno minado com a bancada parlamentar escolhida a dedo?
Não ficou fora e dentro, na sombra, com uma legião de indefectíveis a fazerem a vida negra ao desgraçado eleito para atravessar o purgatório, até o carisma ressuscitar outra vez?
O doutor P.P. não perpetra “golpadas” mas “actos legítimos” e não existem “cães de fila” no Conselho Nacional do CDS (só rancores portugueses na populaça em geral)
Desculpe, mas não foi no seu consulado que se retiraram retratos das paredes?
E no Conselho Nacional não entrou um requerimento legítimo de Leiria para a realização de um Congresso extraordinário?
Então e no Conselho Nacional não houve violências verbais? físicas? empurrões? insultos?
Foi a doutora Maria José, não foi?
O doutor P.P. “perturba o arranjo (político) estabelecido” não convindo a Sócrates nem a Mendes.
Pensava eu mal, que o P.S. beneficiava com a divisão à direita.
Afinal é penalizado com a redução dos mais de 20% do PSD, pelo protagonismo dos menos de 10% do CDS?
Pois é... penalizo-me... peço imensa desculpa, não vi bem.
Só teimosamente me ficam duas dúvidas no confuso espírito:
- porque é que o doutor VPV acha que o doutor PP é bom e o seu ex-parceiro de governo, o doutor SL não presta?
- porque é que o doutor P.P. sempre em regressos, não há-de fazer também parte do armário dos esqueletos?
Não havia até um que se chamava... o esqueleto vaidoso?

22.3.07
 
Como no Céu

É uma cura.
É assim que imagino o Céu, com anjinhos destes a tocar todódia...
E mais umas 70 Ferraris só pra mim, só pra mim!
21.3.07
 
Nasceu uma estrela

© The Cahier Archive

Melbourne, 18 de Março de 2007.
Bem sei que tinha um McLaren nas unhas, mas pela primeira vez na história do campeonato do mundo, um piloto negro sobiu ao podium (3º) ao lado do vencedor (Raikonnen) e do segundo, o campeão em título.
"It has been fantastic to lead my first Grand Prix. It was a fantastic feeling.
It was extremely tough with Fernando, a two-time World Champion behind me.
That is not easy in your first race."


Lewis Hamilton piloto da McLaren aos 22 anos; a melhor estreia inglesa desde o segundo lugar de Mike Parkes (Ferrari) em Reims 1966.
Há-de ser um dia campeão mundial de condutores.
Escrevam isso.
 
Equinox
Calirezo


20.3.07
 
Sobre a vergonha

A separação entre esquerda e direita já práticamente não tem sentido neste mundo, excepção feita para a Europa, onde nasceu.
Mas mesmo aí, a distinção é falseada porque há esquerdas com programas de direita e mais do que isso, há direitas com comportamentos das esquerdas do PREC.

Ao contrário da direita espanhola, forte porque que controlou o processo de transição democrática, a direita portuguesa ficou sempre frágil após a revolução de Abril.
Tudo o que vinha do marcelismo, juntou-se à ruralidade interior no PPD.
O CDS nunca passou de um partido sem público, um partido de "senhoritos" como uma vez lhe chamou Pacheco Pereira.
A democracia cristã só durou um instante até se perceber que não era tão diferente da social-democracia.
Também a social-democracia do PSD não passou de uma suave ilusão para designarr a trapalhada que era, e é, um partido com herança sociológica (o marcelismo) mas sem ideologia;

Falta dimensão à direita portuguesa (ao contrário da espanhola, repito) e é por isso que tudo se decide na zona cinzenta, ao centro;
é por isso que se vê um Sócrates a mostrar ao PSD, o que Durão devia ter feito e não foi capaz.
O PS não é de esquerda, nem precisa, porque não existe direita que se veja.

É esse protagonismo em falta na direita, que Paulo Portas perseguiu sempre, mas na pior forma, na do Populismo carismático.
Nisso Maria José Nogueira Pinto está com razão, se alguém quiser um exemplo do que é o assalto ao poder pela demagogia, é olhar para aquele desgraçado partido (que uma vez foi o meu).

Portas é mortal para qualquer domínio político, movimento, partido ou governo, onde se instale.
Aquilo que todos podem ver no triste CDS de hoje, é o que se passará em qualquer lado onde Paulo Portas e os seus cães de fila se instalem: a mais pura demagogia em estilo PREC.

Os extremos tocam-se sempre.

Estes liberais portugueses, com chefes que vão de Portas até Borges, passando por Santana, fundam-se muito, muito no gosto pela independência: da Igreja, do Estado, perante o próximo… mas aí pára a coisa!
Para dominar, a lei já não serve para nada, só conta a sedução directa das maiorias, o atropelo das minorias, e depois… o canto “que há-de levar-te á vitória” (e como a memória é curta Dr. Paulo Portas) com uma única direcção, a ambição pessoal.
Os “liberais” portugueses metem no mesmo saco o individualismo protestante e a herança messiânica do Sebastião.
E é aí que se tornam perigosos, porque na nossa terra é por esse lado que muita gente gosta de se encantar.

Sinto vergonha pelo património histórico do partido.
Sinto vergonha pelas pessoas íntegras que já teve, como Amaro da Costa, Freitas do Amaral, Adriano Moreira…
Sinto vergonha pelas pessoas íntegras que ainda tem, como Maria José Nogueira Pinto e Ribeiro e Castro.
Mas... cada um tem o que merece.

18.3.07
 

simaodcosta
Uma ideia despudoradamente gamada a um amigo secreto e postada em manifestação de apreço por todas as sms da lampionagem agradecida.
Foi-vos facultado o campeonato numa bandeja, agora façam pela vida.
ah... e tás com a razão Muska :)
 
Eterno Retorno
A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez
e tu com ela, poeirinha da poeira!
Dois anitos nisto :)

17.3.07
 
C'était un rendez-vous


O Youtube é extraordinário!
Já tinha esquecido este filme de Claude Lelouch (realizador de "un homme et une femme" um dos meus filmes inesquecíveis) mas enviaram-mo por mail e até encontrei uma referencia na Wikipedia.
São oito minutos a assapar pela madrugada da Paris de 1976, ao som de um Ferrari e utilizando uma camera de giroscópio, novidade na altura, que permitirá tudo o vem asseguir em filmes de corridas de automóveis (incluindo a realidade que vemos em todos os Grand Prix).


Começa no túnel do Boulevard periférico, subindo a avenue Foch, segue pela Place de l'Étoile (Arco do Triunfo), Campos Elíseos, Praça da Concórdia (com o obelisco), Tulherias, Opera, entrando no dédalo parisiense, passa na Pigalle e acaba em Montmartre no “rendez vous” com uma loira nas escadarias do Sacré Coeur.
Pelo caminho queimam-se sinais vermelhos, atropelam-se pombos, e fazem-se ultrapassagens fora de mão com total desprezo pela vida dos outros… creio que o filme só foi público nos anos oitenta; Lelouch foi detido e libertado de seguida.
Quanto ao carro, disse que era o seu Mercedes 450 SEL mas o som é de um V12 e a caixa tem pelo menos 5 velocidades… Lelouch possuía um Ferrari 275 GTB (o famoso Daytona).
Quanto ao piloto (porque a condução é de um profissional) falou-se em Jacky Ickx e Jacques Laffite.

Aos responsáveis pelo excelente pedaço de película - Lelouch e o condutor - eu dava-lhes uns dois anitos á sombra… pelo menos...
Claro que estas imagens se transformaram logo num filme culto para tudo o que é amante de “street racing”.


 
A volta do Circo

CahierArchive

Esta madrugada, pelas 3.00 a.m. de Lisboa, volta o circo da fórmula um (Melbourne) cheio de mudanças, entre elas as ausencias de Schumacher e do Tiago Monteiro; este ultimo não se aguentou na época passada, que foi quase uma imagem invertida, daquela em que sem meios alcançou a fama, incluindo o primeiro podium português na disciplina maior do automobilismo.
Como quase tudo na vida, estar envolvido é muito mais interessante e completamente diferente de se ser espectador.
Já não tenho paciencia para seguir aquilo e no entanto... é amor que não morre - nasci entre o cheiro do óleo de rícino, ao som dos picos das rotações... a fórmula um é como aquelas namoradas antigas que amamos deveras, mas que quando aparecem... já não temos pachorra.
16.3.07
 
Marcko Martin no Rally da Grã Bretanha, resolve assim um gancho de direita a descer.
E depois ainda há gente que anda por aí, a acelerar pelas estradas, convencida que sabe guiar...
(agradecimento ao Nuno Vilarinho/FPAK)



15.3.07
 
A triste realidade...
Sexta-feira, perto das oito e trinta, manhã ensolarada a prometer um fim-de-semana daqueles que nos abrem um sorriso entre as agruras do quotidiano.
No café em frente da escola secundária, o jovem de esferográfica entre os dedos, desenhava sobre guardanapo de papel, com um ar sossegado.
Por fim, lá apareceu o empregado com os galões e torradas, pacientemente esperados para o pequeno-almoço.
O puto continuava, absorto nos seus desenhos, insensível ao bulício matinal das entradas e saídas, dos pedidos dos clientes e do vai e vem dos empregados.
- André despacha-te, que está na hora da aula!
- Vou já avô…
O rapaz levantou-se com os livros debaixo do braço, e dirigiu-se para a saída do café, esquecendo o guardanapo na mesa entre os pires e as migalhas.
Enquanto pagava, peguei no pedaço de papel fino coberto de desenhos, onde se podia ler: eu agora devia estar a caminho da Costa da Caparica, num descapotável, com uma granda loiraça ao meu lado!

14.3.07
 
Teoria dos Jogos IV
Dos cinco arquétipos da simetria, os três seguintes - diferentemente do Herói e do Líder, onde os adversários cooperam, num caso para a guerra, noutro para se entenderem - o Dilema do Prisioneiro, o Chicken e o Deadlock, são de oposição mais radical entre as partes.

O Dilema do Prisioneiro define-se por: DC> CC> DD> CD
Essencialmente este modelo baseia-se numa famosa história de dois homens presos com pequenas quantidades de droga, mas que a policia sabe serem traficantes.
O dilema é assim:
Se ambos se denunciarem em separado apanham 25 anos de cadeia.
Se ambos ficarem calados saem em liberdade.
Mas se eu me calar e o outro me denunciar, levo 25 anos e o outro sai livre.

É uma estratégia de ameaças e promessas, mas procurarão sempre o entendimento, por medo de cair na guerra (DD); o melhor para ambos é a cooperação, mas isso obriga à comunicação (para se coordenarem) o que por sua vez implica confiança.
O problema aqui é que, se não se conseguirem entender no mal menor - afastam de todo a hipótese de ser dominados - podem cair na guerra que não desejam (a terceira prioridade DD).
Corresponde à estratégia dos tratados SALT (limitação das armas nucleares) e à doutrina MAD (destruição mútua garantida) entre a América e a Rússia durante a Guerra-fria.




O modelo Chicken (Galinha) define-se por: DC> CC> CD> DD
Este modelo tem origem nos jogos dos gangs de jovens americanos dos anos 50 e 60; dois adversários, cada um no seu carro dirigiam-se um contra o outro; o primeiro a desviar-se era designado por "chiken" e perdia.

Se ninguém conseguir dominar também procuram entender-se, como no Prisioneiro, mas aqui por falta de determinação; é uma estratégia de ameaças mútuas, lanço após lanço, mas cuja probabilidade é a cooperação, apesar do risco de choque ser sempre presente se ambos cometerem erros grosseiros.
Dependem da comunicação directa e imediata e já não da confiança mas antes da sugestão (bluff).
Foi neste modelo que se jogaram as crises principais da Guerra-fria; Berlim 1948 e Cuba 1962.

O que é extremamente perturbante, nestes dois últimos modelos (Prisioneiro e Chicken), é a forma como o interesse mútuo (cooperação) pode ser subvertido pelo racionalismo mecanico individualista; cada jogador deseja ardentemente a cooperação do adversário e contudo é permanentemente tentado a manter-se determinado e até a um ataque preventivo.



O Dead Lock (Beco sem saída) define-se por: DC> DD> CC> CD
Este modelo é o mais simples e perigoso (César, Napoleão e Hitler tinha carinho por ele); se não conseguir dominar vai logo para a guerra, o que a torna quase certa. Também foi o modelo com que George W. Bush lidou com Saddam Hussein, na fase final da ultima guerra do Golf, no fundo é a estratégia do ultimato.



O Dilema do Prisioneiro é o centro em torno do qual gravitam os dois últimos modelos, que dele são derivados; o Chicken altera a prioridade da guerra, que coloca em ultimo lugar; o Dead Lock altera também a prioridade da guerra, mas para segunda opção, desprezando completamente a cooperação.
O problema em todos os modelos é sempre o DD (Guerra);
A saída é sempre CC (Cooperação) como John Nash provou (Nash equilibrium), mas ela tem como condições a comunicação e a confiança.



13.3.07
 
Teoria dos Jogos III
Os modelos da Teoria dos Jogos definem-se pela prioridade dos interesses de cada jogador, ou seja a Estratégia.
No caso dos jogos simétricos as estratégias de ambos são iguais (por isso simétricas), e os interesses correspondem aos quatro resultados possíveis:
CC - ambos cedem e resulta cooperação
DD - ambos estão determinados resultando guerra
DC e CD - o que um ganha (o que se mantém determinado) o outro perde (o que cede) por persuasão.

Entre os cinco arquétipos da simetria, há dois modelos (Herói e Líder) de maior consenso (o que não significa apaziguamento) pois vão colaborando num caminho comum (DC-CD) que desemboca no choque para o Herói (DD) e no entendimento para o Líder (CC).


No modelo Herói a estratégia de ambos é: DC> CD> DD> CC
Se não conseguir dominar aceita a submissão; a probabilidade é pois o domínio do mais forte, mas... não se impondo ninguém acabam na guerra pois a cooperação é afastada.

No modelo do Líder ambos definem a estratégia por: DC> CD> CC> DD
Como no Herói, se ninguém conseguir dominar - a maior probabilidade é também, o domínio do mais forte - é muito provável que acabem na cooperação, pois ambos os jogadores aceitam o mal menor (contrariamente ao Herói) com uma estratégia de cedência (CC) porque receiam a guerra (DD).

A diferença essencial nestes dois modelos estratégicos está nas ultima prioridade (portanto a hipótese que se recusa); enquanto o Herói afasta totalmente a hipótese de entendimento (CC) o Líder faz o mesmo com a guerra (DD), daí os nomes das estratégias.


12.3.07
 
A Teoria dos Jogos II
A atitude de um jogador em relação ao outro pode ser uma de duas:
1. Cedência (C)
2. Determinação (D)

Em função dessas duas atitudes geram-se três soluções:
1. Acomodação (CC)
2. Persuasão (DC ou CD)
3. Choque (DD)

Esta interacção entre dois jogadores com duas atitudes possíveis conduz a um de quatro resultados (na óptica de cada um deles):
1. Domínio por persuasão, mantendo a determinação (DC); o lucro é a liberdade de acção (positivo)
2. Cooperação por acomodação, ambos cedendo (CC); o lucro é o entendimento, o mal menor (positivo)
3. Guerra ou choque da determinação de ambos (DD); o lucro é adiar o desfecho final, mas com grave prejuízo em qualquer caso (negativo)
4. Submissão por ser persuadido, cedendo (CD); o lucro é a dependência (negativo)

Cada solução dá um resultado com determinado lucro, positivo (benefício) ou negativo (prejuízo) para cada jogador.
Os lucros costumam contabilizar-se numa escala de 4 (melhor resultado) a 1 (pior resultado) e cada jogador estabelece a sua escala de interesses.

Em 1966 Guyer e Rapoport, então na Universidade de Michigan, identificaram 78 modelos de jogo em pares e desses apenas 12 simétricos, isto é, em que os dois jogadores estabelecem uma escala de interesses equivalente (senão o jogo é assimétrico).
Os jogos simétricos são simples mas também os mais importantes para a compreensão das interacções sociais. A Humanidade é a mesma qualquer que seja o tempo e o lugar; e nenhum conflito é tão comum e tão intenso, como quando duas pessoas se disputam para obter a mesma coisa.

Desses 12 modelos simétricos apenas 5 parecem ser aplicáveis à compreensão das crises no sistema internacional.
Possuem nomes lindos, como Herói, Líder, Chicken, Deadlock e Dilema do prisioneiro.


10.3.07
 
A Teoria dos Jogos
Consiste fundamentalmente na definição de um modelo de comportamento racional que permita a maximização do lucro, frente ao um conflito de interesses.
A teoria foi formulada em 1944 por Von Neumann e Morgenstern e pretende substituir as hipóteses abstractas das teorias económicas clássicas por uma análise mais realista apoiada nos fenómenos sociais.


O comportamento económico é descrito na teoria dos jogos como a definição de uma estratégia num conjunto de estratégias possíveis, tendo em conta que o resultado final, depende das combinações das opções feitas por ambos os adversários, das quais resultará uma distribuição de lucros (positivos ou negativos).
Existem vários modelos, mas o fundamento da Teoria dos Jogos, é um jogo de soma zero entre dois opositores.

A expressão “soma zero” significa que a soma algébrica dos lucros é fixa e igual a zero, ou seja, o que um ganha o outro perde, ao melhor estilo de Maquiavel; os adversários apenas dependem das acções mútuas, num sistema fechado…
É pura competição e o arquétipo é o jogo de xadrez.

Se for um jogo de “soma variável” significa então que a soma dos benefícios dos jogadores é variável e pode superar zero (ambos ganham), porque depende de factores terceiros, que podemos denominar por “fonte externa” sendo o sistema aberto.
Os adversários podem coordenar-se em relação a essa fonte externa e obter ganhos em comum; nestes casos a competição agrega-se com a coordenação.
O que se passa normalmente no sistema internacional é isto.


9.3.07
 
Shocking event for America
"He fought and triumphed over Hitler, Tojo, international Communism and a host of supervillains, but he could not dodge a sniper's bullet. " CNN March 7, 2007

Aos 66 anos foi-se abaixo em plena guerra contra o Terrorismo.
Adequado ao efeito do atoleiro iraquiano na alma americana.
Uma alma feita, como outras, de auto-complacência e auto-indulgência.
Acontece que os heróis de papel não morrem e ele há-de voltar, em papel ou em filme... quiçá?
As vendas dispararam... e hão-de voltar a disparar.
É neste mundo que vivemos hoje, da moda e da polis, tudo misturado com sedução das imagens.

Mas um dia hás-de voltar a galope Captain America, e nós... havemos de aprender.
 

"There is no military solution to a problem like that in Iraq, to the insurgency of Iraq. Military action is necessary to help improve security... but it is not sufficient. There needs to be a political aspect."

Gen. David Petraeus (BBC Thursday, 8 March 2007)
8.3.07
 
Conflitos e Crises

Allthingsbeautiful

A conflitualidade tem três modelos básicos:
A Luta (fight): processo de carácter mais emocional que pode representar-se por um par de equações diferenciais (aceleração e desaceleração) e corresponde à Guerra.
O Jogo (game): processo racional correspondente à Crise e a que podemos aplicar a Teoria matemática dos jogos.
O Debate: processo de troca argumentativa correspondente à Diplomacia, onde normalmente também se mistura o jogo.

Durante a guerra-fria, apesar das guerras periféricas entre as duas superpotencias – sempre por procuração e de que são exemplos a Coreia, o Vietname, o Médio Oriente, Angola e o Afeganistão – os momentos de mais alta tensão foram crises. Daí o interesse na gestão das mesmas e na Teoria dos Jogos.
As crises são caracterizadas por três elementos essenciais:
1º. O carácter súbito e imprevisto
2º. A duração limitada
3º. O impacto no funcionamento do sistema.


O conceito foi adaptado ao sistema de relações internacional e releva a definição de Lasswell e Kaplan (1969): Uma crise é uma situação de conflito de intensidade extrema, com alta expectativa de uso de violência.

A crise pode ser analisada do ponto de vista dos actores que se opõem e dos processos de decisão.
Do ponto de vista dos actores deve observar-se antes do mais o número envolvido. A sua redução facilita muito a solução, pela simplificação dos problemas de comunicação.
No processo de decisão destaca-se a interferência de própria urgência da situação crítica na decisão.
Na maior parte das vezes, a resolução destas erupções de conflitualidade, não leva desaparecimento das causas, mas a uma trégua e à institucionalização de novas formas de conflito na cena internacional.


 
Os Jogos de Deus: o factor nuclear

A bomba atómica teve cinco importantes consequências políticas:

1. Restaurou o conceito de guerra limitada.

A meio do século XX, os analistas referiam-se-lhe como o “século da guerra total”. Mas na segunda metade do século, as guerras assemelharam-se mais às antigas guerras dos séculos XVIII e XIX.

2. As crises substituíram a guerra total como momento da verdade.

No passado a guerra era o momento em que todas as cartas eram viradas sobre a mesa. Mas na era nuclear, a guerra seria tão devastadora que os momentos de verdade se tornaram raros.
A crise de Berlim e a crise de Cuba foram os dois principais momentos de verdade e desempenharam o equivalente funcional da guerra, dando para estabelecer a correlação de forças.


3. As armas nucleares tornaram a dissuasão (desencorajamento pelo medo) a estratégia central.


4. O desenvolvimento da prudência efectiva pelas duas superpotencias.
Apesar das divergências profundas, desenvolveu-se uma estratégia na base do interesse vital comum: evitar a guerra nuclear.
Após a crise cubana dos mísseis as superpotencias aprenderam finalmente o valor da comunicação (a linha directa) e da confiança (os tratados de controlo de armamento)

5. As armas nucleares transformaram-se num preconceito estratégico, porque a maioria dos militares não considerava realista a sua utilização, não só devido ao potencial de destruição, mas também pelo estigma de imoralidade: estas armas entraram no domínio do inaceitável, do inumano.


6.3.07
 
A Guerra-fria da segunda metade do século XX

Jason Pollock cold war 1948

Dada a violência da primeira metade, uma característica extraordinária da segunda metade do século XX, foi a não ocorrência da III guerra mundial.
Em vez disso, aconteceu uma guerra-fria, um período de tensão prolongada que não terminou numa guerra quente entre as duas potencias rivais saídas da guerra de 1939-45, como seria de esperar em termos “realistas”.
Tal deveu-se a um facto novo essencial, o aparecimento da arma atómica.

A bomba lançada sobre Hiroxima em 1945 era relativamente pequena, equivalendo a 15.000 toneladas de TNT.
No inicio da era atómica com a bomba de fissão nuclear, os militares ainda pensavam (como Mac Arthur) na sua utilização em termos clássicos, pois os efeitos destrutivos estavam relativamente próximos do armamento convencional; essencialmente efeito de choque e esmagamento.

Depois da bomba de Hidrogénio (de fusão nuclear) o efeito multiplicou-se brutalmente – uma explosão nuclear de uma mega tonelada gera temperaturas de 100 milhões de graus – e o efeito é essencialmente calorífico.
É como despejar o Sol na Terra…


Todo o poder explosivo da II guerra mundial (incluindo as duas bombas atómicas lançadas) cabe numa ogiva de três mega toneladas.
O poder das armas nucleares está, de facto, para lá da nossa compreensão…
 
Os Jogos de Deus, uma herança do século XX
A segunda metade do século XX introduziu nas equações de poder entre as nações dois factores de impacto decisivo (hoje aparece em força um outro, a Informação): a Matemática (teoria dos jogos) e a Física Atómica (energia nuclear).
Felizmente a humanidade, isto é o medo, dos líderes de ambos os lados, susteve o ímpeto mecanicista da loucura, patente nessas crises do séc. XX, em particular na crise de Cuba em 1962.

Mas hoje, no dealbar do novo século, mantemos a herança das armas nucleares e da razão cega... para pensar o impensável.
O resto da História vai depender da forma que os actores na cena internacional (onde se inclui a nova potencia difusa mas eficaz que designamos genericamente por Terrorismo Internacional), encontrarem para gerir e se adaptarem este poder novo, que cada vez mais se assemelha a um poder divino (absoluto), porque pode simplesmente levar ao fim da História (não a da teleologia de Francis Fukuyama).
O carácter supostamente provisório da dissuasão nuclear tem acabado por se desvanecer porque é hoje cada vez mais claro que enquanto existirem armas nucleares terá sempre que haver algum nível de dissuasão nuclear, sendo ela imoral ou não.

A questão que fica entre a Comunidade Internacional, é se este equilíbrio do terror do século XXI, se conseguirá manter sem a eclosão de uma guerra nuclear, que poderia levar à total inversão dos equilíbrios vigentes e até ao fim da civilização como a conhecemos.
É opinião do gen. Loureiro dos Santos, que só após um período de proliferação nuclear com estados como o Irão, Arábia Saudita e Egipto a adquirirem capacidade nuclear, só aí, perante o medo, se reduzirão definitivamente a mínimos de sensatez, os arsenais nucleares do mundo.
Queira Deus que não seja preciso mais uma Hiroxima para se arrepiar caminho.

(este post é uma memória. uma memória de um par de noites sem dormir :)
4.3.07
 
A Náusea
Do terraço, avistava-se inteiramente, como já Funje com Pão tinha dito a Pedro Sanga, a Avenida Marginal, em toda a sua majestade, e, à frente, a Ilha de Luanda (…) Pedro Sanga teve a estranha sensação de que já tinha estado naquele lugar ou, então, que já tinha passado por uma experiência semelhante.


Mas de repente, e antes que pudesse esclarecer essa dúvida, sentiu asco.

Apenas teve tempo de correr e agarrar-se a um dos parapeitos do terraço, começando a vomitar sem parar, cada vez mais agoniado.
João Melo, Os filhos da Pátria, Luanda Nzila 2001

 
6,89


O seu pior salto em Birmingham foi superior ao melhor da espanhola que ficou em segundo, Concha Montaner (se forem à informação espanhola até parece que ganhou :).

É só bicampeã europeia.
E qual é, qual é, o clube da Naide Gomes?

3.3.07
 
Adeus

Manuel Galrinho Bento
Golegã, 25 de Junho de 1948 - Barreiro, 1 de Março de 2007

Foi o melhor guarda-redes português de todos os tempos.
Ganhou oito campeonatos, seis taças e duas supertaças em 465 jogos, sempre ao serviço do "inimigo".
Um dos grandes da selecção portuguesa no 3º lugar em França-Euro 84.

"Porque eu também cobrava aos meus colegas, quando não davam tudo: Ouve lá, se eu meto lá a cabeça vocês também têm que meter o pé." (Maisfutebol)

2.3.07
 
Hot Buttocks!
No Céu para onde Deus me há-de permitir passar, estão 70 meninas destas à minha espera... apreciem bem estas anquinhas...

 
Da economia da verdade IV

Será a verdade num casal um instrumento de tortura?
Será a mentira uma condição de sobrevivência?
Tal e qual assim, isto não tem sentido porque a mentira depende da verdade que existe num casal.
O totalmente falso é tão inconcebível quanto o totalmente verdadeiro.
Cada casal decide implicitamente tanto a parte de verdade, como a parte de mentira que é capaz de suportar... pelo menos, eu sou assim.

1.3.07
 
Da economia da verdade III
A mentira designa sempre uma crença, uma maneira de ser e de fazer, uma forma de viver, que têm como objectivo ou consequência ocultar a verdade, independentemente das suas razões.

Não é tanto o facto em si que choca, mas a palavra "mentira"; domesticados por dois mil anos de dogmatismo Judaico – Cristão, submetidos desde a infância a um verdadeiro adestramento, temos dificuldade em escapar às categorizações morais; mas é desejável fazê-lo e de certa forma conseguimo-lo quando, para poupar a susceptibilidade do interlocutor falamos de discrição, omissões, silêncios, meias verdades...se dissermos que entre um casal deverá existir menos mentiras no sentido agressivo, demolidor e negativo do termo, do que “economias de verdade”, ofendemos menos.



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