15.3.07
A triste realidade...
Sexta-feira, perto das oito e trinta, manhã ensolarada a prometer um fim-de-semana daqueles que nos abrem um sorriso entre as agruras do quotidiano.
No café em frente da escola secundária, o jovem de esferográfica entre os dedos, desenhava sobre guardanapo de papel, com um ar sossegado.
Por fim, lá apareceu o empregado com os galões e torradas, pacientemente esperados para o pequeno-almoço.
O puto continuava, absorto nos seus desenhos, insensível ao bulício matinal das entradas e saídas, dos pedidos dos clientes e do vai e vem dos empregados.
- André despacha-te, que está na hora da aula!
- Vou já avô…
O rapaz levantou-se com os livros debaixo do braço, e dirigiu-se para a saída do café, esquecendo o guardanapo na mesa entre os pires e as migalhas.
Enquanto pagava, peguei no pedaço de papel fino coberto de desenhos, onde se podia ler: eu agora devia estar a caminho da Costa da Caparica, num descapotável, com uma granda loiraça ao meu lado!