6.3.07
Os Jogos de Deus, uma herança do século XX
A segunda metade do século XX introduziu nas equações de poder entre as nações dois factores de impacto decisivo (hoje aparece em força um outro, a Informação): a Matemática (teoria dos jogos) e a Física Atómica (energia nuclear).
Felizmente a humanidade, isto é o medo, dos líderes de ambos os lados, susteve o ímpeto mecanicista da loucura, patente nessas crises do séc. XX, em particular na crise de Cuba em 1962.
Mas hoje, no dealbar do novo século, mantemos a herança das armas nucleares e da razão cega... para pensar o impensável.
O resto da História vai depender da forma que os actores na cena internacional (onde se inclui a nova potencia difusa mas eficaz que designamos genericamente por Terrorismo Internacional), encontrarem para gerir e se adaptarem este poder novo, que cada vez mais se assemelha a um poder divino (absoluto), porque pode simplesmente levar ao fim da História (não a da teleologia de Francis Fukuyama).
O carácter supostamente provisório da dissuasão nuclear tem acabado por se desvanecer porque é hoje cada vez mais claro que enquanto existirem armas nucleares terá sempre que haver algum nível de dissuasão nuclear, sendo ela imoral ou não.
A questão que fica entre a Comunidade Internacional, é se este equilíbrio do terror do século XXI, se conseguirá manter sem a eclosão de uma guerra nuclear, que poderia levar à total inversão dos equilíbrios vigentes e até ao fim da civilização como a conhecemos.
É opinião do gen. Loureiro dos Santos, que só após um período de proliferação nuclear com estados como o Irão, Arábia Saudita e Egipto a adquirirem capacidade nuclear, só aí, perante o medo, se reduzirão definitivamente a mínimos de sensatez, os arsenais nucleares do mundo.
Queira Deus que não seja preciso mais uma Hiroxima para se arrepiar caminho.
(este post é uma memória. uma memória de um par de noites sem dormir :)