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La force des choses
29.5.08
 
Pedreiros

A Maçonaria sofreu uma reviravolta na sua História que a mudou profundamente. Esse fora o momento em que uma corporação que se haveria de desvincular do trabalho efectivo, operativo, da profissão propriamente dita, para passar a ser meramente especulativa, uma sombra de si mesma. Deixou de fazer o trabalho para o qual havia sido criada para passar o tempo a falar sobre o trabalho que deveriam estar a fazer. Isto aconteceu porque, a determinada altura, a Maçonaria (não a que se conhece hoje, feita de políticos e empresários de avental, mas a operativa) se tornou uma escola de Filosofia que encerrava segredos cobiçados. A fama dos mestres pedreiros, dos arquitectos, fez com que certos aristocratas (sem a categoria de um servente) desejassem ser iniciados nos mistérios da construção. Mas nunca quiseram estragar as unhas, e a Maçonaria foi-se tornando cada vez mais simbólica, cada vez mais cerimoniosa. Foram-lhe ajuntados graus (inicialmente existiam apenas três, mas hoje existem ritos com mais de cem). Os mesmos aristocratas que não gostavam de trabalhar a pedra dura gostavam de títulos. Foram criados nomes pomposos como Grande Eleito Cavaleiro Kadosch, e outros que tais. E em atenção a esses senhores fizeram-se umas trolhas (mais pequenas, mais leves) e outro material de pedreiro para serem usados no ritual, mas apenas simbolicamente. Hoje, um neófito quando é iniciado pega num malho e bate uma vez numa pedra que enfeita a entrada do Templo. Isso simboliza o trabalho na pedra bruta. Obviamente que, de trabalho, há muito pouco envolvido. Logo a seguir à fadigosa pancada de malho, o ritual afirma que o neófito já trabalhou a pedra bruta. Enfim, tem ali material para especulação, mas sem a experiência real de onde toda a especulação nasce e de onde vem toda a simbologia.

Afonso Cruz, A Carne de Deus, Bertrand 2008

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28.5.08
 
1940 A Bélgica capitulou
Fim de Maio; a batalha do norte está praticamente perdida. Hoje o rei e o exército belga capitularam. Em Dunquerque, o exército britânico começa o reembarque (Operation Dynamo). O que resta do I exército francês tenta fazer outro tanto; mas será uma retirada forçosamente desastrosa.

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26.5.08
 
1940 Fechou-se no norte

Hoje a Wehrmacht fechou o cerco às forças aliadas na Bélgica e norte de França. Os ingleses recuaram para Dunquerque e o comando britânico pôs em acção a operação Dynamo, previamente planeada para evacuação do seu corpo expedicionário (BEF).
Na confusão geral e duas semanas depois do inicio do ataque alemão, conseguimos ver a manobra militar de uma forma mais clara. Esperando o principal ataque através dos países baixos,na miragem de uma repetição do plano Schliefen (I grande guerra) a aliança franco-britânica avançou para norte, confiante na defesa sobre a linha Maginot a sul.
Mas o grosso do ataque alemão veio pelo centro, por Sédan, com unidades blindadas compactas (divisões Panzer) e apoiadas pela aviação de ataque ao solo (Stukas). Impossíveis de travar pelos contra-ataques aliados (Montcornet e Arras) os blindados alemães viraram para norte, em direcção ao canal, chegando a Calais que está neste momento cercada (imagem acima). O poder de choque e a rapidez dos alemães, encurralaram cerca de meio milhão de soldados franceses, ingleses e belgas, na armadilha para onde se tinham lançado duas semanas antes.
Separados do resto da França, com roturas de mantimentos e de munições, na desproporção de dois para um, a defesa dos aliados em torno de Dunquerque, onde montaram o posto de comando, é agora uma luta de vida ou de morte. Tentarão ganhar tempo que permita a evacuação por mar, mas metade dos exércitos aliados estão agora em risco de aniquilação.

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25.5.08
 
Foi mesmo!

Pois foi, amigo Jrd. Chamava-se Alberto Ascari e foi mesmo à água na curva da "chicane" - a mesma onde morreria anos mais tarde, outro grande piloto italiano, Bandini - à saída do tunel. Curiosamente, no post anterior falei do arrepio que é ver a entrada na zona da piscina, e foi aí mesmo que hoje o Lewis Hamilton se plasmou no cenário. E ainda conseguiu ganhar, coisa só possivel em Monaco, um dos circuitos mais lentos do campeonato, e onde também dificilmente se ultrapassa; por isso deu-lhe tempo.

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Monaco (6)


Uma emocionante corrida colocou, hoje, Hamilton na liderança do Mundial com 38 pts, à frente do campeão do mundo, Raikkonen com 35; seguem-se o segundo piloto Ferrari, Massa (34 pts) e um fabuloso polaco, Kubica, no seu BMW (32 pts)
Nos construtores, a Ferrari ainda comanda com
69 pts sobre a McLaren com 53.


Austrália - Hamilton (Mc Laren/Mercedes)
Malásia - Raikonnen (Ferrari)
Barhein - Massa (Ferrari)
Espanha - Raikonnen (Ferrari)
Turquia - Massa (Ferrari)
Monaco - Hamilton (Mc Laren/Mercedes)
Canada (8 Jun)

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Monaco Grand Prix
É hoje!
Dois Ferrari na frente, como mandam as regras. Depois, pode ser que chova, o que me trás a memória a impressionante (e única) vitória de Beltoise no BRM.
Com Monza e o antigo Nurburgring, Monaco forma a trindade mágica dos circuitos. Não há nada como o Principado, o ambiente, as recordações, que vêm desde o início do automobilismo. E foi aqui que se passaram algumas das melhores historietas do Nicha, do Basílio e do Faustino, metendo cabrinhas no Casino e coisas que tal...

Agora, meus amigos, quem quiser saber mesmo, o que é essa coisa da formula um, então vá, e coloque-se precisamente no meio da secção de curvas da piscina. E depois... reze. Reze para que o bólide que vier como uma bala na sua direcção, não traga o seu nome inscrito no focinho. Mesmo contando com tipo ao volante,que deve estar entre os vinte melhores condutores do planeta.
Mas tenho a certeza que nesse momento, todos os sentidos instam ao mergulho na piscina.

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22.5.08
 
1940 Rommel chegou ao canal... A França precisa de um milagre











Após a penetração apartir de Sédan, os panzer em vez de seguirem directamente para Paris, dirigiram-se para Abeville e rumaram a norte. Rommel já está em Calais, na Mancha. Como se temia, o exército aliado ficou separado em duas partes, estando encurraladas na grande bolsa do norte, as melhores forças francesas e o corpo expedicionário inglês (BEF). O general Weygand, que substituiu Gamelin no comando supremo aliado, tentou ontem montar um contra-ataque (setas brancas), com o BEF e os seus Matilda pressionando pelo norte (Arras), e o VII exército francês com restos da 4ª divisão blindada de De Gaulle, pelo sul, apartir do Somme.
Tarde demais, a infantaria alemã já reforçou as posições conquistadas pelo avanço rápido dos panzer. Foi impossível quebrar o eixo de ataque alemão.
A situação dos exércitos aliados, divididos, sem mobilidade, nem apoio aéreo, está-se a tornar desesperada dia após dia.

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20.5.08
 
Le colonel Charles de Gaulle, commandant de la 4e division cuirassée de réserve
Que resultados não teria obtido, durante estes ultimos dias de Maio, um corpo de elite blindado, de que, aliás, já existiam numerosos elementos ainda que desmotivados e dispersos, em vez de uma pobre divisão frágil, incompleta, improvisada e isolada?

Se o Estado tivesse feito o que devia fazer; Se quando ainda estava a tempo, tivesse orientado o seu sistema militar para a acção e não para a passividade; Se, consequentemente, os nossos chefes tivessem disposto do instrumento de choque e de manobra que com frequência se tinha proposto ao poder e ao comando; então, os nossos exércitos teriam tido a sua oportunidade e a França teria reencontrado a sua alma.

Charles de Gaulle, Memoires de guerre, vol I

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17.5.08
 
1940 Franceses falham contra-ataque em Montcornet
Perante o avanço de Guderian, cujos panzer ultrapassam Sédan, o coronel De Gaulle conseguiu convencer o estado-maior aliado, a dar uma oportunidade às suas unidades blindadas (equipadas com os pesados Char B). Esta tarde em Montcornet (antes de St Quentin no canal Sambre-Oise), os tanques franceses numa batalha furiosa, quase conseguiram vencer as colunas de tanques alemãs… até a Luftwaffe intervir, dispersando os franceses que perderam grande parte dos carros de combate. A supremacia aérea alemã começa a ser tão determinante, como a rapidez dos seus tanques.

O primeiro-ministro francês Daladier cedeu o seu lugar a Paul Reynaud após a catástrofe de Sédan. Churchill chegou também esta tarde para uma conferência com Reynaud e o comandante francês Gamelin.

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14.5.08
 
1940 Rotterdam em chamas, a Holanda rendeu-se!

Após os paraquedistas alemães de Student, terem tomado a “inexpugnável” fortaleza belga de Eben-Emael, que protegia o canal Albert, o exército holandês retirou-se para a área de Amsterdam e Rotterdam (tracejado no mapa)

A rainha Guilhermina, com a família real e o governo, fugiram para Londres,onde formaram um governo no exílio.

Lançado um ultimatum, mas antes deste expirar, a Luftwaffe fustigou brutalmente Rotterdam.

Perante o bombardeamento de civis, o comandante do exército holandês, general Winkelmans, deu ordem de rendição que entrou em vigor às 11:00H locais. Arthur Seyss-Inquart será nomeado comissário do Reich, apoiado por Mussert, o Fuhrer dos nazis holandeses.
Actualmente, só as tropas holandesas da Zelândia continuam ainda a bater-se.

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12.5.08
 
1940 Os alemães estão em Sédan!
Os aliados franco-britânicos previam uma repetição do Plano Schliefen de 1914 (ataque pelo norte, Holanda e Bélgica), mas não o avanço pelas Ardenas, teoricamente inultrapassável segundo o marechal Pétain. O general Gamelin, comandante das forças aliadas, foi hoje surpreendido pelo avanço dos panzer de Guderian (na imagem) que atravessando a floresta das Ardenas, alcançaram o rio Mosa na zona de Sédan, cortando as forças aliadas em dois (Plano Manstein). O segundo exército francês no Sul, foi separado do primeiro que, com a British Expeditionary Force (BEF) se internou na Bélgica para travar o ataque alemão pelo Norte. A situação é grave para as forças aliadas do Norte, que correm o risco de corte de abastecimentos e até de ficarem cercadas. Para mais, Paris fica à mercê do avanço alemão.

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11.5.08
 
1940 A Europa de novo em guerra


Desde de Setembro de 1939 que a Alemanha, e a França apoiada pela Inglaterra, se olham de frente sem fazerem praticamente nada.

Cerca de 135 divisões em cada lado (2.350.000 alemães frente a 2.860.000 aliados franco-britânicos, belgas e holandeses), apoiados por carros de combate (2.700 alemães frente a 3.000 aliados) e aviões (3.200 alemães face a 1.700 aliados).

Os aliados, particularmente os franceses, bebendo na teoria estratégica de generais da I guerra mundial, como Pétain, apostaram em posições estáticas, defensivas, cujo ícone era a famosa Linha Maginot; pelo contrário, os alemães apostaram nos movimentos rápidos e profundos dos panzer, conjugados com a aviação de ataque ao solo, verdadeira artilharia aérea, que abrem caminho à infantaria; ainda por cima, tudo isto (Blitz Krieg) foi experimentado em acção real na Polónia, seis meses antes.

Os tanques alemães, combinando poder de fogo, com elevada velocidade, organizam-se em unidades independentes (divisões panzer), ao contrário dos aliados que, embora em maior número, têm blindados dispersos pelas unidades de infantaria (não acreditam no movimento rápido); este facto conjugado com a vantagem aérea virá a ser decisivo na batalha da França.

Durante estes últimos seis meses, vivemos um clima de tensão e angústia, de quando em quando, alimentado pela notícia de algum afundamento pelos submarinos alemães, como o porta-aviões britânico Courageous nas costas da Irlanda. Mas aparte a fraca tentativa de penetração francesa, durante a invasão da Polónia no ano passado, a inacção reinou no continente europeu.
Claro que houve a guerra do Inverno, a tentativa russa de fazer à Finlândia o mesmo que os seus “aliados” alemães fizeram à Polónia, mais uma vez perante a impotência anglo-francesa. Entre Novembro e Abril, os massivos exércitos de Stalin sangraram - mais de 200.000 mortos contra cerca de 20.000 finlandeses - frente á determinação finlandesa. Stalin moderou-se, mas a Finlândia foi obrigada a ceder o istmo e parte da Carélia Oriental, bem como a passagem de Petsamo.

Contudo,apesar do negrume dos fados – o Reich, a França e a Inglaterra mantêm-se em estado de guerra - esperava que as relações internacionais acalmassem; houve pedidos, entre eles o de Roosevelt e o do Papa, para se voltar à Paz.
Mas o fantasma de 1914 não nos larga. Em Abril deste ano a Alemanha – com o abastecimento de ferro sueco, ameaçado pelo bloqueio naval britânico - invadiu, sem aviso, a Dinamarca e a Noruega (Weserubung) e os aliados desembarcaram também forças no norte do país. Os dois lados confrontam-se e em sucessivas batalhas aero-navais foram afundados mais de uma dezena de navios alemães.
A falta de iniciativas guerreiras no continente, alimentava-me, no entanto, a esperança de, apesar do impasse, o tempo consolidar um qualquer status quo; chamou-se a isto, em França, uma “drôle de guerre”, em Inglaterra, a “phoney war” ou na Alemanha “Sitzkrieg”.
Ontem tudo mudou... os bárbaros voltaram. Deus nos ajude!

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10.5.08
 
1940 Fall Gelb
Os paraquedistas já saltaram e estão nas posições, aguardando o avanço dos panzer.
Um oficial alemão consulta o relógio.
Na sua retaguarda, o dia começa a raiar,quando diz: Die strasse ist frei!

Às 5:30H em ponto, é lançado o assalto, e a longa coluna põe-se em marcha pelas estradas que atravessam os canais.

Sob o código Fall Gelb (Plano amarelo) as forças armadas do Reich penetram na Holanda, na Bélgica e no Luxemburgo. Acabou-se a brincadeira (drôle de guerre) e a Segunda Grande Guerra,verdadeiramente, começa...

Às 7:30H as tropas franco-britãnicas entram também na Bélgica e Holanda (Plano Dyle-Breda) para bloquear o avanço alemão.
Os aliados retiraram-se já da Noruega; em Londres, Chamberlain demitiu-se, e Winston Churchill formou um governo de coligação.

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8.5.08
 
Administrativistas tauromáquicos (desabafo!)
Um toiro, quando se sente acossado encosta-se às tábuas, e ninguém o tira dali. Levanta os cornos, mas não sai de lá.
Há pessoas assim...

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6.5.08
 
Night flight
Já me sentei para as próximas oito horas... durmam bem.

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4.5.08
 
A um ponto :)

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Xangai (4)

Il Dottore torna a vincere!
GP Qatar - Casey Stoner (Ducati)
GP Espanha - Dani Pedrosa (Honda)
GP Portugal - Jorge Lorenzo (Yamaha)
GP China - Valentino Rossi (Yamaha)
GP França - Le Mans 18 Maio

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3.5.08
 
O saber é a inconsciência de ignorar

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2.5.08
 
Modernice e tretas minhas
Parece-me, pela minha experiencia (vejo à minha volta), que o maior drama moderno talvez seja a possibilidade, cada vez maior, de se ter.
E mesmo a multidão quando pouco tem... segue o exemplo. Esquece o ser e atribui todo o valor ao ter. Sem sequer depois se saber para quê.

Ora o ter não acrescenta nada à pessoa.
Faz parecer e não ser.
É esta a perpétua confusão: a ordem está invertida, a dimensão humana não está no ter, mas no ser.
Ter para Ser, desumaniza e afasta-nos de ser.
Contráriamente, Ser para Ter, significa saber o que se quer - que é sempre relativo ao Outro, e muito mais do que mero dinheiro - e sermos capazes de fazer tudo o que for preciso para isso, sacrifícios incluídos.

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1.5.08
 
Nothing like a free lunch

The only means of inducing a man to work more and better is to offer him a higher reward. It is vain to bait him with the joy of labor.

Ludwig Von Mises, Human Action, p.589 (image Jack Silver)

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