quase em português
Aqui fomos hoje mencionados carinhosamente (quase) em português.
Obrigado Lutz
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Em Agosto, Portugal irá ver pela terceira vez, U2 , mas a Vertigo Tour começou esta segunda-Feira em San Diego.estes quatro músicos irlandeses, que já passaram os 40 anos, mostram como é possível manterem-se juntose manter acessa a chama do Rock.
Diz quem viu, que o concerto foi cenicamente eficaz, com mensagens humanistas e um alinhamento que privilegia o novo álbun, How To Dismantle Na Atomic Bomb, mas que passa em revista toda a carreira.
A lotação esgotada em quase toda a Europa, demonstra bem o espírito de devoçãoao grupo rock mais conhecido da actualidade. Talvez o único que, hoje, consegue unir diferentes gerações. Acredito que nos iremos deparar com gente dos 18 aos 50 anos, mas será a geração dos trinta que deverá estar em maioria. Quem dos trintões não “curtiu” ao som de Blody Sunday….entre outras…..A não perder em Agosto em Portugal …….
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La Force
Não era bonito nem sedutor, todavia era um homem rodeado de mulheres, a começar por Simone de Beauvouir, uma das maiores escritoras de todos os tempos (na minha opinião) e uma defensora da causa feminina.
Ela e Sartre constituiram um dos casais miticos do século XX. Esta relação era fundada numa transparência absoluta, caracterizada pela sintonia intelectual e pela partilha do espirìto.
No mesmo filme, tivemos o privilégio de ouvir e ver O Castor (Simone B.) e não podemos deixar de ficar espantados, com a clareza das ideias e a força animica que a movia.
Tratam-se de dois intelectuais de esquerda que viveram num tempo de mudança, e que continuam muito actuais, face a um tempo também ele de mudança……..
“…A nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque é um compromisso com a humanidade inteira…” (Sartre)
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Escavação
Numa ânsia de ter alguma cousa,
Divago por mim mesmo a procurar,
Desço-me todo, em vão, sem nada achar,
E minh'Alma perdida não repousa!
Nada tendo, decido-me a criar:
Brando a espada: sou luz harmoniosa
E chama genial que tudo ousa
Unicamente à força de sonhar...
Mário de Sá Carneiro (Dispersão 1914)
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Dispersão
Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.
Mário de Sá Carneiro (Dispersão 1914)
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Um longo Presente
Levo por aqui mais de cem anos.
E como quero ter um futuro, resolvi tirar um curso, coisa rara na minha juventude.
E à medida que isto decorre, vou-me apercebendo cada vez mais de um fenómeno cronológico.
Os meus últimos, digamos, vinte, trinta anos, são um longo Presente; Mário Soares, Álvaro Cunhal, Cavaco, fazem-me parte da Contemporaneidade, parece que aconteceu tudo há bocado.
Mas para os meus jovens colegas, com vinte anos de duração, tudo práticamente é Passado; para eles só agora começa a despontar o Presente.
É claro, por vezes as nossas conversas tropeçam nas escalas do Tempo.
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O Remédio (Serradura no original)
A minha vida sentou-se
E não há quem a levante,
Que desde o Poente ao Levante
A minha vida fartou-se.
E ei-la, a mona, lá está,
Estendida, a perna traçada,
No infindável sofá
Da minha Alma estofada.
Pois é assim: a minha Alma
Outrora a sonhar de Rússias,
Espapaçou-se de calma,
E hoje sonha só pelúcias.
(...)
Isto assim não pode ser...
Mas como achar um remédio?
- P'ra acabar este intermédio
Lembrei-me de endoidecer:
O que era fácil - partindo
Os móveis do meu hotel,
Ou para a rua saindo
De barrete de papel.
(...)
Mário de Sá Carneiro (Indícios de Oiro 1916)
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Modus vivendi
"Trust no future, however pleasant!
Let the dead past because it is dead.
Act, act, in the living present
Heart within, and God o'erhead!"
Henry Wadsworth Longfellow
Não sigas a Esperança,
não te ocupes do Passado,
mas mergulha a tua alma, toda inteira, no Presente.
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Páscoa
"Porque dizem alguns no meio de vós que não há ressurreição dos mortos?
Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou;
Se Cristo não ressuscitou, então a nossa pregação não tem sentido, e também não tem sentido a vossa Fé.
(…)
Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, surgiu entre os que morreram como os primeiros frutos da seara"
S. Paulo aos Coríntios
Ou a Ressurreição de Cristo aconteceu, e o Cristianismo é a Verdade, a Fé tem sentido, ou não aconteceu e tudo cai pela base.
Aqui reside o fundamento da religião Cristã.
Eu, acredito nos testemunhos, Cristo ressuscitou.
Mas mesmo que tal não tenha sucedido, permanecerei Cristão,
porque restará sempre a Palavra.
Na origem do Cristianismo está o Cristo dos Evangelhos.
Isso é que conta, não a questão da sua identidade histórica, mas o facto de alguém, um Humano, ter lançado o apelo, e falado do Amor Absoluto.
Não é a Salvação da morte que busco, deixo isso com Deus;
O que me move é o Bem, revelado em Cristo.
"A l’auteur on donnera le nom qu’on voudra, on ne fera pas qu’il n’y ait pas d’ auteur. Nous n’avons pas à nous poser ici de tels problèmes.
Disons simplement que, si les grands mystiques sont bien tels que nous les avons décrits, ils se trouvent être des imitateurs et des continuateurs originaux, mais incomplets, de ce que fut complètement le Christ des Évangiles’
Henri Bergson, ‘Les deux sources de la Morale et de la Religion’
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Sacré Pétoulet
Só hoje, ao abrir uma revista, soube da morte de Trintignant, no passado dia 13 de Fevereiro (87 anos).
Maurice Trintignant (1917-2005) é um daqueles casos, em que não conhecendo a pessoa, ela nos acompanha toda a vida.
Ainda um puto, li um livro dele, "Pilote de Courses" que me fez sonhar durante toda a minha juventude. Nesse livro, ele conta-nos como chegou a corredor de automóveis e às suas grandes vitórias: LeMans e Monaco.
Começou em 1938 no circuito de Pau, ao volante do Bugatti em que o irmão Louis (pai do actor Jean-Louis Trintignant) se matara em 1933.
Foi Jean Pierre Wimille, o seu mestre, que lhe pôs a alcunha, no final do GP disputado em Saint-Cloud, nas vésperas da II Guerra Mundial;
Maurice desistira com problemas de carburadores, vindo-se a descobrir que o entupimento se devia a pequenas "caganitas" (pétoulets) de rato;
Wimille exclamou "Sacré Pétoulet", e ficou...
Até 1965 disputou 333 competições, das quais 82 Grand-Prix de Fórmula Um;
Foi um dos mosqueteiros de Amédée Gordini com Jean Behra, Robert Manzon et André Simon (os dois últimos ainda vivos).
Venceu as "24 heures du Mans" em 1954 com Gonzales (Ferrari) e teve duas vitórias em GP, ambas no Mónaco (Ferrari em 1955 e Cooper 1958).
Retirou-se mais tarde para uma quinta em Vergèze, cidadezinha do Gard onde se dedicou à viticultura, produzindo o vinho, "Le Pétoulet" nas encostas do Mont Ventoux.
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Morre jovem o que os Deuses Amam
"Sá-Carneiro não teve biografia: teve só génio. O que disse foi o que viveu."
Fernando Pessoa
Obras de Mário de Sá Carneiro (1890 - 1916):
- Princípio (novela) - 1912;
- Dispersão (poemas) - 1914;
- A Confissão de Lúcio (narrativa) - 1914;
- Céu em Fogo (contos) - 1915;
- Indícios de Oiro - 1937;
- Poesias - 1946;
- Poemas juvenis - 1903/1908 - 1986;
- Cartas a Fernando Pessoa - 1958/59.
Etiquetas: pessoa, poesia, sá carneiro
A Queda
E eu que sou o rei de toda esta incoerência,
Eu próprio turbilhão, anseio por fixá-la
E giro até partir… Mas tudo me resvala
Em bruma e sonolência.
(...)
Tombei…
E fico só esmagado sobre mim!...
Mário de Sá Carneiro (Dispersão)
Etiquetas: poesia, sá carneiro
Partida
Ao ver escoar-se a vida humanamente
Em suas águas certas, eu hesito,
E detenho-me às vezes na torrente
Das coisas geniais em que medito.
(...)
Porque eu reajo. A vida, a natureza,
Que são para o artista? Coisa alguma.
O que devemos é saltar na bruma,
Correr no azul à busca da beleza.
Mário de Sá Carneiro (Dispersão)
Etiquetas: poesia, sá carneiro
Quase
Um pouco mais de Sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Mário de Sá Carneiro (Dispersão)
Etiquetas: poesia, sá carneiro
Ultima vontade (Fim)
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza:
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro!...
Mário de Sá Carneiro
Etiquetas: poesia, sá carneiro
700 cavalos numa gaiola
"Nell’anno della celebrazione dei 75 anni della Pininfarina, Birdcage 75th ritorna dunque alla storica tradizione dei prototipi sportivi estremi che enfatizzavano il rinascimento italiano del car design, iniziato negli anni Cinquanta e protrattosi negli anni Sessanta e primi Settanta."
De tempos a tempos aparece num Salon (Genéve, de preferência), um automóvel que nos deixa sem fôlego, distinguindo-se dos outros, aliando beleza e avanço tecnológico de uma forma única. Chamamos a esses objectos "Dream Cars".
Foi agora o caso, em Genéve (1 de Março), desta obra de arte, uma escultura dinâmica, que comemora os 75 anos da casa Pininfarina: o Maserati Birdcage 75.
Desenhado pelo japonês Ken Okuyama, sobre a mesma base do Enzo, toda a funcionalidade é original, não existindo portas, a "carrosserie" levanta como uma tampa para dar acesso ao interior.
O motor é um V12 de seis litros, montado longitudinalmente em posição central.
Só neste aspecto desilude, contrastando o avanço das formas com o conservadorismo da motorização a gasolina. Mas não se pode ter tudo, e muito menos 700 Cv com hidrogénio ou electricidade...
Etiquetas: automóveis, design
Beau voir
"Je réussis un jour à l'approcher.
Je ne sais plus comment la conversation s'engagea : elle déclara d'un ton tranchant qu'une seule chose comptait, la Révolution qui donnerait à manger à tout le monde.
Je rétorquai, de façon non moins péremptoire, que le problème n'était pas de faire le bonheur des hommes mais de trouver un sens à leur existence "
Simone de Beauvoir "Mémoires d'une jeune fille rangée"
Œuvres de Simone de Beauvoir:
· L'Invitée. Paris ; Gallimard, 1943
· Le deuxième sexe. Paris ; Gallimard, en II volumes, 1943
· Les Mandarins. Paris ; Gallimard, 1954
· Mémoires d'une jeune fille rangée. Paris ; Gallimard, 1958 *
· La force de l’âge. Paris ; Gallimard, 1960 *
· La force des choses. Paris ; Gallimard, en II volumes, 1963 *
· Tout compte fait. Paris ; Gallimard, 1972 *
*le cycle autobiographique
Etiquetas: beauvoir, filosofia
Nascente
xupacabras.weblog.com./PeterRoger
Num sopro re-crio o espírito...
O espírito do "blog" que me falecia na alma.
Sinto muito...
não é preciso dizer mais nada.
Etiquetas: blogosfera, nascente