La force des choses
29.8.10
Grand Prix de Belgique 2010
Lewis Hamilton passou hoje a liderar o mundial de condutores, depois de vencer uma emocionante corrida em Spa Francorchamps, à frente de Mark Webber (Red Bull) e Robert Kubica (Renault), este ultimo, aqui na a sua melhor corrida do ano.
1º Hamilton (McLaren-Mercedes) - 182 pts
2º Webber (RBR-Renault) - 179 pts
3º Vettel (RBR-Renault) - 151 pts
4º Button (McLaren-Mercedes) - 147 pts
5º Alonso (Ferrari) - 141 pts
2º Webber (RBR-Renault) - 179 pts
3º Vettel (RBR-Renault) - 151 pts
4º Button (McLaren-Mercedes) - 147 pts
5º Alonso (Ferrari) - 141 pts
Etiquetas: automóveis, formula um
27.8.10
26.8.10
Grand Prix de Belgique
Vem aí o mítico Spa Francorchamps. No domingo recomeça o último terço do mundial. Faltam sete provas e há quatro ou cinco pilotos que podem ser campeões: Webber 161, Hamilton 157, Vettel 151, Button 147, Alonso 141. Mas a minha aposta está feita, e nada melhor então do que pedir ao futuro campeão do mundo para nos dar uma voltinha no simulador da Red Bull ;)
Etiquetas: automóveis, formula um, spa
24.8.10
O numero de ouro
A série de Fibonnaci que estrutura o Universo, do macro ao micro, e que deu a Le Corbusier, a ideia do Modulor ou relação de ouro: 1,618
Etiquetas: arquitectura, ciência
22.8.10
Snetterton 500 km (1968)
Campeões da Europa:
Dieter Quester (BMW 2002 TI) / Andrea de Adamich (Alfa Romeo 1600 GTA)
Etiquetas: automóveis, racers
21.8.10
Beyond the Pale
1967. Como outras, poucas, esta canção marca uma linha na história do rock. Há o antes e o há depois... quem nasceu depois, não consegue perceber completamente a inspiração romântica que isto dava a um parzinho, por exemplo, no lusco fusco de um fim de tarde. É engraçado ver como uma música consegue evocar-nos momentos íntimos das nossas vidas...
Etiquetas: musica ró
18.8.10
17.8.10
13.8.10
12.8.10
11.8.10
Para-teoria 7: o caroço
Whatever we inherit from the fortunate
We have taken from the defeated…
(T. S. Elliot)
A aversão ao Moderno, é a quarta característica que julgo residir na identidade portuguesa; é recente, surgiu no início do século XIX, e traduz o conflito implícito nos anteriores parâmetros, a tensão entre o “antigo” e as novidades “exóticas” vindas de fora: a modernidade imposta a uma população antiga. Apesar de adaptações mútuas, em revoluções, guerras e regenerações, penso que a luta entre o “atraso” e o “progresso” permanece nas mentes. Entretanto o que é antigo vai-se metamorfoseando, mas o “caroço” de que falava Valente, esse permanece no fundo. O povo português não nunca assume, verdadeiramente, um espírito racional moderno. E desde Garrett a Pessoa que a poesia persiste, convicta, nessa celebração rústica do “bom senso”, do “haja quem mande” e do “graças a Deus”. Diz Pessoa: Que importa o areal e a morte e a desventura, Se com Deus me guardei? É O que me sonhei que eterno dura, É esse que regressarei.
Serão estes quatro factores resumidos, que dão corpo ao Mito de Portugal, que em grande parte correspondem aos valores “perenes” da direita, penso eu. Mas não nos iludamos, são também da esquerda, excepção feita na aversão à modernidade (explícita, porque até na esquerda julgo desvendar a veneração pelo antigo). Este é o país que se julgou “o mais liberal da Europa” (1820), “o mais avançado da Europa” (1910) e o “mais socialista da Europa” (1975); E nos intervalos uma “ilha de paz no conflito universal” (1801 a 1807 e 1939 a 1945), “o primeiro reduto contra a peste revolucionária” (até 1820), o “paraíso da concórdia e progresso” (de 1851 a 1864 e de 1871 a 1890), o “mais lúcido defensor de ocidente” (de 1961 a 1974).
Seria bom que o antigo e o novo que conflituam na nossa intimidade, se conjugassem finalmente (novamente?) para benefício mútuo. Porque também nas nossas elites, por mais polpa que apresentem (os estrangeirismos do costume), o “caroço” é o mesmo… há um pragmatismo lusitano, que sem assumir completamente os tempos novos, é capaz de extraordinárias adaptações para resolver o presente.
We have taken from the defeated…
(T. S. Elliot)
A aversão ao Moderno, é a quarta característica que julgo residir na identidade portuguesa; é recente, surgiu no início do século XIX, e traduz o conflito implícito nos anteriores parâmetros, a tensão entre o “antigo” e as novidades “exóticas” vindas de fora: a modernidade imposta a uma população antiga. Apesar de adaptações mútuas, em revoluções, guerras e regenerações, penso que a luta entre o “atraso” e o “progresso” permanece nas mentes. Entretanto o que é antigo vai-se metamorfoseando, mas o “caroço” de que falava Valente, esse permanece no fundo. O povo português não nunca assume, verdadeiramente, um espírito racional moderno. E desde Garrett a Pessoa que a poesia persiste, convicta, nessa celebração rústica do “bom senso”, do “haja quem mande” e do “graças a Deus”. Diz Pessoa: Que importa o areal e a morte e a desventura, Se com Deus me guardei? É O que me sonhei que eterno dura, É esse que regressarei.
Serão estes quatro factores resumidos, que dão corpo ao Mito de Portugal, que em grande parte correspondem aos valores “perenes” da direita, penso eu. Mas não nos iludamos, são também da esquerda, excepção feita na aversão à modernidade (explícita, porque até na esquerda julgo desvendar a veneração pelo antigo). Este é o país que se julgou “o mais liberal da Europa” (1820), “o mais avançado da Europa” (1910) e o “mais socialista da Europa” (1975); E nos intervalos uma “ilha de paz no conflito universal” (1801 a 1807 e 1939 a 1945), “o primeiro reduto contra a peste revolucionária” (até 1820), o “paraíso da concórdia e progresso” (de 1851 a 1864 e de 1871 a 1890), o “mais lúcido defensor de ocidente” (de 1961 a 1974).
Seria bom que o antigo e o novo que conflituam na nossa intimidade, se conjugassem finalmente (novamente?) para benefício mútuo. Porque também nas nossas elites, por mais polpa que apresentem (os estrangeirismos do costume), o “caroço” é o mesmo… há um pragmatismo lusitano, que sem assumir completamente os tempos novos, é capaz de extraordinárias adaptações para resolver o presente.
Etiquetas: portugal, teoria do estado
9.8.10
Para-teoria 6: Quinto Império e o Messias Sebástico
A espécie de ideologia religiosa que dá identidade aos portugueses parece-me expressar-se em características antigas e constantes, entre as quais o que antes designei por “Fado Oscilante”, e em segundo lugar, o que designo pela “religião” do Quinto Império prometido: uma crença complexa na escolha transcendente de Portugal. Esta dimensão mítica tem raízes na lenda alcobacense de Ourique, no Joaquimismo do Espírito Santo, e plasmou-se no próprio símbolo nacional (as quinas com chagas). É a visão de um passado glorioso – mas efémero e oculto – prestes a consumar-se novamente no futuro. O seu carácter religioso-romântico reage furiosamente à novidade estrangeira. Tal como o milagre de Ourique, as profecias do Bandarra ou o Quinto Império de Vieira, julgo ver o mito também nas aparições de Fátima, durante a I República. Está lá tudo, a escolha divina de Portugal num momento crucial, o segredo por revelar (nunca se sabe, é brumoso). Como diz Pulido Valente, não se conhece o mecanismo pelo qual se passou em poucos dias de umas dezenas de pessoas para 100.000, mas é nisso que reside o verdadeiro segredo de Fátima. A Virgem andou positivamente a dar um baile às autoridades republicanas. A Igreja Católica, acorreu, solicita, a cavalgar a onda, antes que lhe escapasse das mãos. Mas a questão de fundo é que, o fenómeno despoletado ganhou uma legitimidade sobrenatural, e estabeleceu-se como um fenómeno político, apesar do ateísmo oficial. A fé introduzia-se de novo (de facto, nunca terá estado de fora) com toda a força no domínio da política.
À terceira característica, que julgo ver, chamar-lhe-ei O Messias Sebástico: é claramente a crença (e a espera) no surgimento de alguém que trate de nós – um Sebastião imaginário, que nos ressuscite a antiga idade do Ouro, no esplendor da lenda (e nos livre da política…). Cito Pulido Valente, mais uma vez: “Dia a dia, ano a ano, século a século, a nação, persuadida da sua íntima grandeza, esperou o taumaturgo que a fizesse ressuscitar num sublime esplendor. E taumaturgos não lhe faltaram: Pombal, Linhares, Fernandes Tomás, Miguel, Pedro, Costa Cabral, Fontes, João Franco, Carlos, Afonso Costa, Sidónio Pães, Salazar…” E estes últimos, que temos vivido, acrescente-se.
Etiquetas: portugal, teoria do estado
7.8.10
Para-teoria 5: um fado oscilante
As condições materiais – em especial as de sobrevivência – são suficientemente poderosas para mudar o que vai sucedendo aos homens. Mas, por outro lado, é o que lhes ocupa o espírito que os faz mover. Pulido Valente afirmou algures que não há acção sem uma enorme dose de ilusão. Um céptico completo não se mexe. Diz ainda Pulido Valente (cito de memória) que tudo nos passa por cima (referindo-se à modernidade) sem tocar no “caroço”. Sugiro pois que, o referido “caroço” consiste na enorme dose de ilusão a que alude, isto é, o conjunto consistente de mitos que designarei por “Mito Nacional”, e que os portugueses trazem na sua memória “a-histórica” – porque o Mito não corresponde à verdade histórica, mas sim a uma identidade.
Numa comunidade, existe um núcleo de ideias comum mais forte do que as diferenças – não sendo assim, a comunidade tende a desagregar-se. Em Portugal, essa espécie de ideologia religiosa (o “caroço”) parece-me ter expressão em três ou quatro características antigas, constantes, das quais destacaria em primeiro lugar o que designo por um Fado Oscilante, e que José Gil referiu (Portugal Hoje – o medo de existir) como um sentimento de sempre, uma imagem de si sempre oscilante entre o não sou nada e o sou um génio (os dois motes da imagem de si da “Tabacaria” de Fernando Pessoa) ambas desrealizantes e imaginárias. Mas, talvez este sentir traduza, igualmente, uma consciência difusa da fina película que separa o sucesso da desgraça.
Etiquetas: portugal, teoria do estado
3.8.10
1.8.10