7.8.10
Para-teoria 5: um fado oscilante
Numa comunidade, existe um núcleo de ideias comum mais forte do que as diferenças – não sendo assim, a comunidade tende a desagregar-se. Em Portugal, essa espécie de ideologia religiosa (o “caroço”) parece-me ter expressão em três ou quatro características antigas, constantes, das quais destacaria em primeiro lugar o que designo por um Fado Oscilante, e que José Gil referiu (Portugal Hoje – o medo de existir) como um sentimento de sempre, uma imagem de si sempre oscilante entre o não sou nada e o sou um génio (os dois motes da imagem de si da “Tabacaria” de Fernando Pessoa) ambas desrealizantes e imaginárias. Mas, talvez este sentir traduza, igualmente, uma consciência difusa da fina película que separa o sucesso da desgraça.
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