Rosso corsa
375 MM Pininfarina
Como se sabe, é prémio de mártir um harém com 72 virgens, o qual poderá ser reclamado no ministério da solidariedade divina, após a chegada ao Céu.
Eu creio já ter padecido o suficiente neste vale do mundo, para merecer a categoria de mártir, mesmo que no fundo da carreira.
Agora, virgens por virgens, não têm que ser gajas, pois não?
Num dos meus sonos fui-me até Deus e disse-lhe: Meu Pai, quando eu cá chegar, gostava de levantar o prémio das virgens, mas não em gajas por favor!...
É que meu Pai, gajas foi precisamente o que me deste por martírio, e não tou a ver como pode um novo martírio desses ser prémio.
Vinha pedir-Te por isso, e se não for pedir muito, que trocasses por lindas Ferraris a estrear… já agora com uma estrada cheia de curvas - um circuito de montanha era ideal - onde pudessemos acelerar.
O Pai do Céu, que me ama muito, acedeu. Quando me chamar, ficou garantido que terei à espera 72 red hot girls novinhas, e seremos felizes para sempre pelos campos celestes fora.
Revelando as belezas que o Deus tem para mim, no dia da ventura final,
aqui vão as primeiras dez das setenta e duas prometidas :)
Esta é a 166 Inter de 1948, a primeira beleza “civil” produzida pela Ferrari, com pouco mais de trinta unidades. Deriva directamente do 125, o primeiro carro de competição, utilizando o V12 de Gioacchino Colombo e um chassis superlegero de Aurelio Lampredi. Nunca percebi se o nome Inter é uma homenagem à Taça Intereuropa vencida em Monza, ou à Scuderia Inter com que corriam na época.
A bela máquina lá no topo (375 MM coupé de Pininfarina) comemora a vitória nas Mille Miglia e utiliza o V12 F1 (1951) de Lampredi. Uma das primeiras Ferrari vestidas na melhor casa de Turim.
A bela máquina de baixo (166 spider de Vignale 1953) teve como base o modelo de 1949, mas com um motor de 2 litros de 160 cv (em vez do 1.5 de 140 cv).
Correram nas famosas 24H de Le Mans, nos 1000 km de Nurburgring, na Panamericana, com grandes nomes, como Farina e Ascari.
166 spider de Vignale
Quem não gosta das minhas virgens com mais de sessenta anos?
O primeiro dia
Passa-se nas ruas bem devagarinho
Está-se no silêncio e no burburinho
Bebe-se as certezas num copo de vinho
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Dá-se a volta ao medo dá-se a volta ao mundo
Diz-se do passado que está moribundo
Bebe-se o alento num copo sem fundo
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
E entretanto o tempo fez cinza da brasa
E outra maré-cheia virá da maré vaza
Nasce um novo dia e no braço outra asa
Brinda-se aos amores com o vinho da casa
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Sérgio Godinho
Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos.
Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer.
O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer.
Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado.
O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.
(Antoine de Saint-Exupéry, in Cidadela)
O milagre de Kubica
Guevarinha tens razão, é espectacular e não tinha visto.
O primeiro video explica a segurança passiva actual e é particularmente interessante ver as imagens micro do impacto numa coque de carbono.
O segundo dá a análise em simulação de todos dos impactos do acidente. Nenhum é directo, como foi o do Senna, e isso conta muito.
Vê-se dispersar muita energia, o pior seria a segunda pancada, no segundo muro, em betão.
Milagre é mesmo aquilo tudo dar certo, mas essa do Papa, francamente... o gajo agora, devia era ir a Fátima de rastos, isso sim...
Putos
No final do G.P. da Europa - neste fim-de-semana no Nurburgring - quando iam a caminho do pódio, Fernando Alonso, bi-campeão do mundo, e Felipe Massa, piloto da Scuderia, tiveram esta discussão na frente das câmaras de TV.
Alonso: Menino, estas coisas não se fazem. Assim não estamos bem.
Massa: Do que é que estás a falar?
Alonso: Sabes muito bem, não te armes em esperto. Atiraste o teu carro para cima de mim. Tentaste fazer-me sair da pista.
Massa: O quê? Vai mas é à merda!
Alonso: Vai à merda tu! Da próxima vez planto-te contra um muro. Ainda tens muito que aprender.
Massa: Vai à merda. És tu que tens muito que aprender. Aprende. Aprende.
Em seguida, creio que após uma conversa com Ron Dennis (a McLaren anda à rasca com a acusação de espionagem industrial à Ferrari), o espanhol pediu desculpa na conferência de imprensa “agora, mais a frio, percebo que as corridas são assim e, por isso, peço desculpa pelo que disse”.
Sempre houve agressividade e dureza neste desporto, mas dantes havia também respeito mútuo, porque a morte rondava, os amigos viam-se desaparecer.
A idade média no tempo de Fangio, andava acima dos 40 anos.
A formula um era coisa de homens.
Hoje, a idade média deve andar pouco acima dos 20 anos, os protagonistas da edificante discussão têm 26 anos creio.
Guiam aquilo como se estivessem nos karts, porque sabem que só por azar a morte vem ter com eles.
São crianças mimadas e egoístas.
Pela vida abaixo
Esta a frase com que o Eça desistiu.
Eu também não persisti.
Eu nem sequer insisti.
Eu cá, já nasci assim... descendo.
Dessa fome esfaimada de impossíveis
Essa insana sede de alguém - e de ficar orgulhosamente só.
Essa vontade de mudar sem renunciar o que és.
Nada a fazer miúda tonta, olha-te ao espelho e deita a língua fora, ri-te um bocadinho de ti.
O estado do choque a 260 km/h
Spiegel
Ontem a cinco minutos do final da qualificação (é nestas alturas que o risco aumenta) o McLaren de Hamilton perdeu uma roda dianteira a 260 km/h.
Hoje apesar de menorizado, alinhou à partida, dizendo que não tinha sequer uma nódoa negra (duvido :)
No outro dia foi Robert Kubica no Canadá, agora foi Lewis Hamilton no Ring (G.P. da Europa, uma vitória de Alonso no outro McLaren) e ficam frescos que nem alfaces - aquelas células cinzentas, dentro dos capacetes deviam ao menos estar atordoadas, não?...
No tempo em que eu era vivo, qualquer deles já tava morto.
Um dia destes gostava de experimentar uma coisa.
Largar um fórmula 1 do alto de um prédio, com um destes gajos atado lá dentro, a ver se sobrevive.
Duvido que atinjam o chão a mais de 200 km/h, lol
In loving memory 3
Some people can operate on a different plane and Jimmy was one of those.
I imagine Nuvolari and Fangio were the same.
He carried so much more speed into, and through, a corner.
Jimmy never used brakes really, he was just magic: he could damn near run a season on a set of brake-pads and Graham Hill couldn't get through a weekend! He could go quicker, easier, than the other guys.
He had his way of rushing out in the races, mainly because he always thought it was dangerous to race with people - his thing was "get away from the maniacs!"
Allen McCall, Lotus mechanic
In loving memory 2
Stirling Moss appreciated that braking in a straight line and then locking into a corner was substituting one tyre loading, braking, for another, cornering.
Jim perfected the art of balancing both loads simultaneously, braking later and maintaining it right to the apex, where he had the sensitivity almost instantaneously to replace the combined loads of braking and cornering with those of accelerating and cornering.
He habitually wore his tyres, his brakes, his gearbox, his engine less than other, slower, lesser men and even in the underpowered 1.5 litre formula could be spectacular although his car's transition in cornering-stance through a curve was always notably, incredibly smooth, flowing - a dynamic art at the highest level.
In loving memory
"Most people run deep into a corner before turning the wheel to go round.
In this way you can complete all your braking in a straight line, as everyone recommends you do, but I prefer to cut into the corner early and even with my brakes on to set up the car earlier.
In this way, I almost make a false apex because I get the power on early and try to drift the car through the true apex and continue with this sliding until I am set up for the next bit of straight ..."
Desabotoei as calças.
Tirei para fora o pénis.
Nem sequer olhou para mim.
Ficou de pé sem se mexer “se me tocas estragas tudo”
Só se aprende com a experiência e o desespero.
Jacques de La Palice sobre a vida... ou Vasco Polido Valente sobre "o PSD hoje", no Público.
The Peacemakers
Starring Condoleeza! Now in Lisbon...
"(...) to press forward on helping to create a strong Palestinian partner is very well timed as we try to move forward toward the establishment of a state" she said.
P.S.: "to press forward... to move forward... to create a strong partner" tenho mesmo um fraquinho do caraças por esta gaja :)
Oração do meio do dia
Pai.
Obrigado… gostei.
Curti bué isto tudo. Palavra.
Mas Pai…
Não é o que quero.
O que eu gostava mesmo, mesmo… era do Céu…
Pai… ainda falta muito?
Congonhas + 1
S.Paulo ontem.
Quando as luminárias se decidirem a manter o aeroporto da Portela, hão-de aparecer outras luminárias (quiçá as mesmas) que nos lembrem da catástrofe prevista.
Dá sempre jeito apanhar o avião do outro lado da rua, se possivel na paragem do autocarro.
Tou à rasca
Ontem ao jantar, ouvia a televisão sobre as autárquicas, e subitamente fiquei à rasca.
Sério, façanhudo, Paulo Portas anunciou uma enigmática “reflexão” sobre “as condições da acção política em Portugal”.
Seria da pressão, da temperatura... vê-se que pintou um clima.
Seria o hotel? não o satisfez? ou o jantar
A culpa é nossa, sinto-o.
Ficou zangado… não nos portámos à altura.
Tou à rasca.
RyanArthurs
O casamento é como pôr a mão num saco de cobras na esperança de tirar uma enguia.
Leonardo da Vinci, hoje no Público
A sedução da multidão
“As multidões são femininas.
Esta a opinião do odiado mas especializado Adolfo H. sobre as massas.
Não pretendo com isto ofender amigos como o Tim, mas gostaria de sensibilizar para o ponto básico: o carismático não é mais que um sedutor, um tanguista.
O que fará depois com esse poder pode variar, mas começa logo mal, na lógica do engate que não passa de um instrumento para a queca monumental. A pessoa aqui, não conta, é tratada abaixo de cão (sem ofensa para os meus amigos quadrupedes).
Nunca fui assim
Eu não quero persistir nesta guerra pública e privada comigo e com toda a gente.
Lamento do coração os meus irreflectidos ataques ao amor-próprio dos portugueses, que tinham, e têm, o seu lado bom.
Como lamento as dúvidas que lancei sobre o futuro de Portugal.
Eu também sou humano.
Também aspiro a uma sinecura modesta, que me tire de cuidados.
Porque é que não hei-de ser adido ou comissário?
Por favor, esqueçam o resto.
Os inimigos são a minha essência e o meu abrigo.
São a minha disciplina.
A minha disciplina consiste numa única regra, grossa, básica, salvífica: não ser como eles. Guerra mesmo imaginária é profilática e terapêutica.
Impede a partilha, divide as águas.
Eu não conto com a santidade.
Preciso de quem me comprima e me atemorize.
Aos trinta, aos quarenta, aos cinquenta anos, distraí-me por umas horas ou por uns meses.
E depois? Quando olhei para mim, estava parecido com eles, com os meus queridos inimigos.
Com importância e afabilidade, interesse e respeito.
Com um lugar na vida e a ciência de que há lugares na vida.
Em veloz movimento e absolutamente inerte.
E Deus sabe que eu nunca fui assim.
Os mamilos
E, mais que isso, talvez, o que eu desejava era aperta-lhe os seios, limpar-lhos com carícias, para depois lhos poder beijar.
(Anais Nin, Little birds 1979)
As costas
Tinha as costas fortes e largas como a garupa de um cavalo de circo.
(Anais Nin, Little birds 1979)
A criação do mundo 2: a bicharada adensa-se...
Todos nós criamos o mundo à nossa medida.
Criamo-lo na consciência, dando a cada acidente, facto ou comportamento a significação intelectual ou afectiva que a nossa mente ou a nossa sensibilidade consentem.
E o certo é que há tantos mundos como criaturas...
Europeans... let's come together!
A Comissão Europeia promove o cinema europeu.
Para tal socorreu-se da língua mais comunitária.
Não, não é inglês :)
Per tempus: não me apercebi logo, mas este video faz parte de um site lançado agora pela União Europeia no YouTube, apelidado de EUTube.
Dezenas de vídeos com informação sobre a história e o viver europeu com a finalidade de in-formar.
Sobre o video que postei, é interessante ver a reacção puritana dos polacos.
Mas aquilo é la crème de la crème do cinema europeu, lol
Doll face
A subversão alienante da moda e dos media, exposta magistralmente (clik on image).
Horrivelmente simples... descoberta no eutubo graças ao Ashley
Lola
Ainda não tinha andado na fórmula Ford e assim, foi intencionalmente que, depois do telefone tocar, no sábado um pouco antes das 10 da manhã e ter ouvido um “o pai convida-o para experimentar o Lola em Alvalade” decidi ter a manhã livre.
Mas havia uma outra razão. Era girar de novo na “terrível” pista do estádio José Alvalade, que embora não esteja em boas condições para corridas de automóveis, de novo está na berlinda, depois de que a Granja do Marquês assomou ares de interdição.
O Lola T200 tem um volante pequeno, macio, correspondendo a uma direcção directa, sem dúvida, mas muito segura.
Para entrar no carro necessitei de ser içado pelos dois braços e escorregar muito direito para a posição de condução.
Para sair… pior ainda.
Sentado no interior apenas a alavanca de velocidades fica ligeiramente fora de mão ou seja: para eu a utilizar convenientemente teria de ser movida para trás.
Em Alvalade o problema não se pôs, em virtude do “andar à roda” apenas necessitar da 2ª velocidade.
O Lola é equipado com uma Hewland que corresponde muito aos meus encantos como caixa de velocidades. Não tem sincronizadores e os carretos são de dentes direitos constantemente engatados. O engrenar das velocidades faz-se bloqueando o carreto da velocidade escolhida num sistema de engate de dentes largos e folgados – 4 ou 6 por sincronizador.
Apenas o engatar da primeira pode corresponder a um pequeno sacão como nas motos. Depois de iniciar o andamento, todas entram com uma certeza perfeitamente definida, e para quem não hesitar, a única diferença que nota para uma caixa normal é… que é muito melhor!
O carro ensaiado utilizava pneus Avon, considerados os melhores para a Formula Ford.
Esses pneus têm um pormenor, quando vazios não se esmagam e ficam só arqueados como os pneus de corrida. Não são radiais e o ângulo das telas é muito pequeno, o que lhes proporciona essa característica notável.
O Lola é admirável!
O carro foi corrigido entre as duas vezes que andei e penso que a frente melhorou ficando mais aderente.
De qualquer modo, inspira perfeita segurança e entrando nos relevés de Alvalade até às 5.500 rpm não cede de traseira – portanto comporta-se como neutro.
Em todo o caso, a resultante parece ser de confiança e creio que permitirá entrar a pleno, ou cortando muito pouco gás.
O tempo por volta está na casa dos 16 segundos e será possível fazer menos, aliás alguém me disse que o Nené teria feito já num Lotus 15,8.
Bem... o Filipe Nogueira "aprendeu" de novo aquilo que há muito sabia, e que em síntese corresponde a que para correr é preciso treinar, e que o carro depois de tecnicamente em condições, precisa ser experimentado.
Estas duas horas em Alvalade recordam-me umas quantas organizações da secção de Motorismo do Sporting com denominações várias… que me recorde estava sempre imenso público apesar de uma certa monotonia no espectáculo.
Talvez não fosse difícil pensar de novo no caso…
Agradável manhã a de sábado!
Motor de 7 de Maio de 1970, memória dum encontro emocionante (cujas consequencias infelizmente viriam a revelar-se quase funestas), dedicada ao Pipa e com muita, muita saudade do(s) pai(s).