La force des choses
17.2.09
Gimme hope Joanna!
Well Jo'anna she runs a country
She runs in Durban and the Transvaal
She makes a few of her people happy, oh
She don't care about the rest at all
She's got a system they call apartheid
It keeps a brother in a subjection
But maybe pressure can make Jo'anna see
How everybody could a live as one
Even the preacher who works for Jesus
The Archbishop who's a peaceful man
Together say that the freedom fighters
Will overcome the very strong
I wanna know if you're blind Jo'anna
If you wanna hear the sound of drums
Can't you see that the tide is turning
Oh don't make me wait till the morning come
Uma musica do carago, já quase foi esquecida...
Este reggae proibido era cantado nos eighties pelas ruas do Soweto.
Joanna é Joanesburgo e o “Archbishop who's a peaceful man” refere-se a Desmond Tutu, futuro prémio Nobel da paz, a meias com o branco que legalizou o ANC, dando o golpe final no sistema racista de “apartheid”. Há 18 anos, no mês de Fevereiro do ano longínquo de 1990, Nelson Mandela era libertado da prisão… Desde aí muita água passou debaixo das pontes. A Africa do Sul, a mais emblemática e desenvolvida democracia africana, está mal, corre hoje o perigo de regredir, afogada na estupidez de novos racismos e corrupções.
Ah! mas a música, a voz, são divinas!
Gimme hope, Jo'anna
Hope, Jo'anna
Gimme hope, Jo'anna
Fore the morning come
Gimme hope, Jo'anna
Hope, Jo'anna
Hope before the morning come
Etiquetas: áfrica, ouvir, racismo
10.2.08
Ao Luis...

E não vês a influência de Nietzche?
O erro fundamental foi, acreditar, e fazer acreditar, que há uma divisão na Humanidade; de um lado “mestres” e do outro “escravos”.
Porque não é verdade, na realidade cada um de nós é simultaneamente chefe com o instinto de comandar e sujeito prestes a obedecer; ainda que a segunda tendência seja a mais aparente nas massas humanas.
Mas a História mostra com frequencia, modestos cidadãos, humildes e obedientes, que um belo dia se levantam com a pretensão de conduzirem homens; é o que vemos em todas as revoluções.
Até à década de trinta, e durante a ascensão do Nazismo, as modas filosóficas andavam muito nessas bandas; era fácil, aliando o anti-semitismo europeu antigo, fazer passar a ideia de que há raças fortes, puras e outras degeneradas, fracas, inversoras dos valores para sobreviverem (note-se que a filosofia do super-homem não era, em si, racista) pois o seu carácter negativo era constitutivo e imutável. Tinham de ser seleccionados...
E de seguida fácil também é estatuir, como negativa a moral dos fracos, em particular a piedade cristã, e como positiva a moral afirmativa, irracional mas estética, a dos fortes (no fundo, a cruedade); e assim justificar agir mal, porque já não é mal, mas um embuste dos fracos.
Repare-se também, como parecem emergir do filme dois paralelos, um entre esta multidão e a que vociferava a Pilatos “crucificai-o! crucificai-o!”; e outro entre o criminoso inveterado e o propagado carácter "imutável" dos judeus.
Etiquetas: filosofia, nietzsche, proslogium, racismo