6.7.08
Azedo

Foi por isto que votei Alegre, apenas e só, um homem íntegro sem jogo escondido (não votaria nele para primeiro ministro). Sócrates tentou aplicar uma política dura, de reformas, e eu apoiei-o; por isso votei nele.
Agora, após a "lua-de-mel", após a “cooperação estratégica”, chegámos aqui:
O actual Presidente da República não diz nada por acaso. E não foi por acaso que escolheu o dia seguinte à entrevista do primeiro-ministro à RTP para falar de obras públicas (…) Mais tarde, alertou para a “difícil situação” do país e para o facto de o “endividamento poder atingir situações insustentáveis”.Como se não bastasse, ontem o semanário "Sol" noticiava que o Chefe de Estado pediu há dois meses informações ao primeiro-ministro sobre os estudos financeiros das novas concessões rodoviárias e até agora não obteve qualquer resposta.Cavaco tem muitas reservas sobre as obras, que também têm sido o cavalo-de-batalha de Ferreira Leite desde que foi eleita líder do PSD, enquanto o Governo insiste diariamente na realização dessas obras, o que faz adivinhar dias ainda difíceis nas relações dos inquilinos de Belém e São Bento.
Talvez até discorde de algumas obras, como o TGV, mas já no caso do aeroporto acho-o essencial, até porque a maior parte do investimento é privado, até porque são obras para se fazerem ao longo de anos e não de repente.
Mas, por muito que discorde dos planos do governo, a questão situa-se noutro plano; quem é que é governo? A quem são assacadas responsabilidades pelo que é ou não realizado neste país? …
Mais: “Cavaco Silva entende que uma das suas principais funções como Presidente da República é cumprir o seu dever de fiscalização e acha que, em matéria de obras públicas, o Governo não lhe está a fornecer os dados”; sendo que a principal instância de fiscalização do executivo, entre eleições, é o parlamento, não o presidente.
Está a acontecer: Cavaco, o político hábil, presidente; Ferreira Leite, cavaquista, é candidata a primeiro-ministro; É uma questão do Poder e como sempre... quem tem poder, exerce-o. Veremos...
Comments:
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Acho que são personalidades diferentes. Mas as atitudes são semelhantes "in authority". O que embirro é com presidentes a meterem o bedelho no governo. Isso só devia suceder em caso de disfunção institucional.
E o problema é que uma coisa é o enquadramento constitucional, mas outra é o sistema politico, que extravasa o quadro legal, mas vai-se institucionalizando com os precedentes reais, como foi no caso do Sampaio com o Santana. O sistema move-se e muda... se aceitar-mos a interferencia do presidente, ela institucionaliza-se.
Mas há muito constitucionalista que acha normal. Eu não acho...
abraço Jrd
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E o problema é que uma coisa é o enquadramento constitucional, mas outra é o sistema politico, que extravasa o quadro legal, mas vai-se institucionalizando com os precedentes reais, como foi no caso do Sampaio com o Santana. O sistema move-se e muda... se aceitar-mos a interferencia do presidente, ela institucionaliza-se.
Mas há muito constitucionalista que acha normal. Eu não acho...
abraço Jrd
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