1940 A Europa de novo em guerra
Desde de Setembro de 1939 que a Alemanha, e a França apoiada pela Inglaterra, se olham de frente sem fazerem praticamente nada.
Cerca de 135 divisões em cada lado (2.350.000 alemães frente a 2.860.000 aliados franco-britânicos, belgas e holandeses), apoiados por carros de combate (2.700 alemães frente a 3.000 aliados) e aviões (3.200 alemães face a 1.700 aliados).
Os aliados, particularmente os franceses, bebendo na teoria estratégica de generais da I guerra mundial, como Pétain, apostaram em posições estáticas, defensivas, cujo ícone era a famosa Linha Maginot; pelo contrário, os alemães apostaram nos movimentos rápidos e profundos dos panzer, conjugados com a aviação de ataque ao solo, verdadeira artilharia aérea, que abrem caminho à infantaria; ainda por cima, tudo isto (Blitz Krieg) foi experimentado em acção real na Polónia, seis meses antes.
Os tanques alemães, combinando poder de fogo, com elevada velocidade, organizam-se em unidades independentes (divisões panzer), ao contrário dos aliados que, embora em maior número, têm blindados dispersos pelas unidades de infantaria (não acreditam no movimento rápido); este facto conjugado com a vantagem aérea virá a ser decisivo na batalha da França.
Durante estes últimos seis meses, vivemos um clima de tensão e angústia, de quando em quando, alimentado pela notícia de algum afundamento pelos submarinos alemães, como o porta-aviões britânico Courageous nas costas da Irlanda. Mas aparte a fraca tentativa de penetração francesa, durante a invasão da Polónia no ano passado, a inacção reinou no continente europeu.
Claro que houve a guerra do Inverno, a tentativa russa de fazer à Finlândia o mesmo que os seus “aliados” alemães fizeram à Polónia, mais uma vez perante a impotência anglo-francesa. Entre Novembro e Abril, os massivos exércitos de Stalin sangraram - mais de 200.000 mortos contra cerca de 20.000 finlandeses - frente á determinação finlandesa. Stalin moderou-se, mas a Finlândia foi obrigada a ceder o istmo e parte da Carélia Oriental, bem como a passagem de Petsamo.
Contudo,apesar do negrume dos fados – o Reich, a França e a Inglaterra mantêm-se em estado de guerra - esperava que as relações internacionais acalmassem; houve pedidos, entre eles o de Roosevelt e o do Papa, para se voltar à Paz.
Mas o fantasma de 1914 não nos larga. Em Abril deste ano a Alemanha – com o abastecimento de ferro sueco, ameaçado pelo bloqueio naval britânico - invadiu, sem aviso, a Dinamarca e a Noruega (Weserubung) e os aliados desembarcaram também forças no norte do país. Os dois lados confrontam-se e em sucessivas batalhas aero-navais foram afundados mais de uma dezena de navios alemães.
A falta de iniciativas guerreiras no continente, alimentava-me, no entanto, a esperança de, apesar do impasse, o tempo consolidar um qualquer status quo; chamou-se a isto, em França, uma “drôle de guerre”, em Inglaterra, a “phoney war” ou na Alemanha “Sitzkrieg”.
Ontem tudo mudou... os bárbaros voltaram. Deus nos ajude!
Etiquetas: guerra, história, ww2
o meu amigo apanhou-me a "reviver" tempos impressionantes... os tempos, os ritmos, as durações, voltar ao que sentimos na época.
Mas, salvo o devido respeito - a si e especialmente aos mortos - creio que no fim, acabou melhor do que começou. E não meto Deus nisto (apesar da exclamação), meto só os homens.
<< Home