1.2.08
Moldamos e somos moldados pelas circunstâncias
Quando eu era menino, a política que me rodeava eram as histórias de Mussolini e de Hitler – os bons – as histórias de Stalin – o grande mau – e os pequenos maus que eram os vários que pululavam à volta das democracias europeias.
A Monarquia era para os meus mais próximos a panaceia que iria resolver de imediato todos os problemas da política portuguesa e a história da nossa desgraça tinha começado precisamente no dia 5 de Outubro de 1910. Afonso Costa era a mais recente incarnação do Diabo e, por graça de Deus e milagre directo da virgem de Fátima, no dia 28 de Maio de 1926 as forças do Bem tinham tomado conta dos destinos eternos da grei nacional.
Ao lado, em Espanha, desencadeara-se uma nova cruzada do Bem contra o Mal e, entre orações em que fervorosamente me empenhava para forçar a vitória, ia-me dando conta da sua eficácia num extenso mapa da Península onde me assinalavam, com bandeirinhas de ouro e sangue, o avanço constante das forças do Bem.
António Alçada Baptista
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