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La force des choses
3.2.08
 
Da ética dos votos de pesar

O deputado Alberto Martins considerou ontem que um voto de pesar pela morte do rei de Portugal seria um “voto contra a República”. Põe-se-me a questão: porquê? terá a República mandando os assassinos, ou aceita tais processos políticos?
Contudo no dizer do grão-mestre da Maçonaria António Reis, esta é “injustamente acusada” - e o Partido Republicano, ainda mais, pois houve mesmo monárquicos implicados - da autoria do regicídio. O próprio ex-grão mestre Magalhães Lima, condenou o acto ao tempo. Como poderia ser então “um voto contra a república”?
Por outro lado, o deputado
Fernando Rosas negou o mesmo voto por rejeitar uma “posição oficial sobre o Regicídio”. Lembrei-me logo de uma outra, diferente, “posição oficial” aquando do falecimento do Dr. Álvaro Cunhal. E da, apesar de tudo, diferente posição do PSD ao tempo.

Até aceito que se abstenham, concordo com o ministro da Defesa ao impedir a presença oficial das Forças Armadas. Mas como alguns socialistas não compreendo um voto contra e menos ainda que a República - e o Partido Socialista não é dono da República - se sinta atingida pela memória de um dos, até há pouco, mais injustiçados chefes de estado portugueses. Junto-me, por uma vez, ás palavras do famigerado VPV: “Comemorar o assassinato de um homem talentoso e bem-intencionado, prisioneiro do seu tempo e de uma velha história, não devia provocar a intolerância e a estupidez da esquerda"

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Comments:
Publiquei este seu artigo no Causa Monárquica, acima de tudo é a ética que está em causa.

Obrigado
 
Quanto a concordar que as forças armadas não participem, meu caro então não devem também participar em :

- 5 de outubro
- 10 de Junho
- 1 de Dezembro
- 25 de Abril
 
Quando o Estado Português reconhecer oficialmente o dia 1 de Fevereiro como uma memória solene, as forças armadas participarão, tal como nessas outras que o Rui menciona.
Enquanto tal não suceder, eu teria agido tal e qual como o ministro da Defesa, porque as Forças Armadas são um braço do Estado, não são um centro de decisão. E como vê pelo Parlamento actual, estamos longe do consenso.
E já agora, posso-lhe acrescentar que não concordei com a presença do Chefe de Estado na cerimónia, pelas mesmissimas razões. Cavaco Silva actualmente, talvez pense que é ele próprio, mas não é, é um orgão representativo do Estado, também não é o decisor (salvo situações especificas). Deveria ter em maior conta que representa todos e não alguns.
 
Caro Rui Monteiro
Agradeço a citação e da a impossibilidade de deixar isto dito Causa Monárquica, digo-lhe aqui que gostei de ler "Uma palavra às famílias dos regicidas".
É segundo esse espirito que eu desejava que navegasse a Polis, como dizia D. Carlos "há que seguir para diante"
 
Obrigado pelo convite

Também lhe digo que um país sem memória não tem futuro ... Não podemos abrir um buraco e meter a história lá dentro só para contentar uns. Escrevi o que escrevi porque não é caso único o que aconteceu, também famílias com passado monárquico tiveram que mudar o nome durante a 1ª Republica, militares de carreira deixaram o exercito porque não queriam servir a republica.
Padres que foram perseguidos e mortos na 1ª Republica.
No fundo temos que não ter vergonha da nossa história mas no entanto não devemos condenar gente que hoje não tem culpa do que aconteceu no passado, mas no entanto é sim condenável quem tenta desenterrar ódios como o Fernando Rosas o nosso talibã-carbonário de estimação.

Eu estive no Terreiro do Paço no dia 1 de Fevereiro e fiquei chocado com a instrumentalização que o Bloco de Esquerda fez com os nomes dos Regicídas, sim haviam faixas com "I Love Anarquy" a RTP foi lá fazer reportagem e descobriu que essa gente era do Bloco de Esquerda. É nojento a maneira como o Bloco de Esquerda actuou durantes estes dias, a ética republica foi para o caixote do lixo porque pelos vistos não se aplica a eles e muito menos a um Historiador que devia ser eticamente independente ... Fernando Rosas.
 
Quanto à chamada "ética republicana", existe mas aplica-se a um grupo tão restrito de gente que não tem efeito nenhum para além das palavras de pessoas como Manuel Alegre ou Pacheco Pereira. O BE parece um saco de gatos - como o PS e o PSD o são também - que se está nas tintas para essa "ética" laica.
Creio que a situação actual da sociedade sem valores se deve a que após a limpeza aos valores cristãos, ninguém ensinou o maralhal nada em alternativa e a ética republicana (que já seria um bom quadro de valores) nunca passou e esvaiu-se com o tempo. Hoje é o que é... a mentira que esconde o vazio.
Quanto ao Fernando Rosas é um historiador que prezo bastante... mas dà-lhe para ali, hélas! Mas não o julgo tão severamente como o meu amigo e creio que tem obra de valor, por exemplo sobre o salazarismo, que o li.
 
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