Da ética dos votos de pesar
O deputado Alberto Martins considerou ontem que um voto de pesar pela morte do rei de Portugal seria um “voto contra a República”. Põe-se-me a questão: porquê? terá a República mandando os assassinos, ou aceita tais processos políticos?
Contudo no dizer do grão-mestre da Maçonaria António Reis, esta é “injustamente acusada” - e o Partido Republicano, ainda mais, pois houve mesmo monárquicos implicados - da autoria do regicídio. O próprio ex-grão mestre Magalhães Lima, condenou o acto ao tempo. Como poderia ser então “um voto contra a república”?
Por outro lado, o deputado Fernando Rosas negou o mesmo voto por rejeitar uma “posição oficial sobre o Regicídio”. Lembrei-me logo de uma outra, diferente, “posição oficial” aquando do falecimento do Dr. Álvaro Cunhal. E da, apesar de tudo, diferente posição do PSD ao tempo.
Até aceito que se abstenham, concordo com o ministro da Defesa ao impedir a presença oficial das Forças Armadas. Mas como alguns socialistas não compreendo um voto contra e menos ainda que a República - e o Partido Socialista não é dono da República - se sinta atingida pela memória de um dos, até há pouco, mais injustiçados chefes de estado portugueses. Junto-me, por uma vez, ás palavras do famigerado VPV: “Comemorar o assassinato de um homem talentoso e bem-intencionado, prisioneiro do seu tempo e de uma velha história, não devia provocar a intolerância e a estupidez da esquerda"Etiquetas: história, monarquia, politica
Regicídio
Morreu por causa das suas qualidades, não por causa dos seus defeitos
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