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La force des choses
31.3.08
 
Para além da vida das abelhas e das flores 2: a estratégia do "império"
No início deste século XXI existe uma clivagem entre a força, que a América detém, e a legitimidade que só a ONU permite. É este o dilema da super-potência norte americana.

Após o choque do 11/9, as estratégias da América passaram para uma dupla abordagem:
- Uma é diplomática multilateral, quer em articulação com outras potências (particularmente Rússia, China e Europa), quer com as instituições de regulação internacional (particularmente ONU e AIEA); é preferencial porque tem maior legitimidade.
- Outra, em simultâneo, assumidamente unilateral, de confronto, impondo sanções, mantendo uma politica de exibição de força militar (que no caso do Iraque foi até ao extremo); não é preferida mas é claramente afirmada como uma opção.

Estas duas atitudes, têm como finalidade, alterar o comportamento dos estados, que tentem armar-se com programas nucleares e tecnologias míssil. Este comportamento ambivalente consta de documentos estratégicos públicos, e é denominado pela administração americana com estratégia Uni-Multilateral. É nesta perspectiva que designaram estados como “párias”, e se inventou um “Eixo do Mal”, com o Irão, a Coreia do Norte e o Iraque.

Mas isto, nunca foi exclusivo americano. Mesmo sem anúncio estratégico formal, a maior parte dos países age tanto unilateralmente, como multilateralmente. Pela primeira, em defesa dos seus interesses vitais (segurança nacional) na sua zona de influencia; pela segunda no prosseguimento de causas globais e de segurança internacional. Quanto maior for a área de influência estratégica de uma potência e maiores forem as suas capacidades, maior é a tendência para agir unilateralmente e maior o número de países e interesses afectados.

Convém pois recordar, os principais entre os inúmeros casos de uso da força, sem autorização do Conselho de Segurança, e que não podem ser colocados numa concepção razoável de legitima defesa - a única opção aceite pelo capítulo VII da Carta das Nações Unidas:
1948 – Acção da URSS na Checoslováquia
1950 – Invasão da Coreia do Sul pela Coreia do Norte
1954 – Acção dos EUA na Guatemala
1956 – Invasão do Egipto por forças de Israel, França e Reino Unido
1956 – Invasão da Hungria pela URSS
1960 – Acção do Vietname do Norte contra o Vietname do Sul

1961 – Invasão da Baia dos Porcos em Cuba, apoiada tacitamente pelos EUA
1961 – Invasão de Goa portuguesa pela Índia
1965 – Invasão da Republica Dominicana pelos EUA
1968 – Invasão da Checoslováquia pelas forças do Pacto de Varsóvia
1973 – Acção árabe na “guerra dos seis dias” contra Israel

1975-Invasão de Timor pela Indonésia
1975 - Invasão de Angola pela África do Sul
1979 – Invasão do Cambodja pelo Vietname
1979 – Invasão soviética do Afeganistão
1979 – Invasão do Uganda pela Tanzânia
1982 – Invasão das Falklands britânicas pela Argentina

1983-Invasão de Granada pelos USA
1989 – Invasão americana do Panamá
1990 – Invasão do Koweit pelo Iraque
1999 – Intervenção da NATO contra a Sérvia, por causa do Kosovo

Na realidade, todas as grandes potências já usaram da força em violação da Carta das Nações Unidas. É neste o pano de fundo que nos movemos e reconhecer isto, parece-me fundamental para entender as realidades no contexto internacional.
(de Luís L. Tomé, Novo recorte geopolítico mundial, UAL 2004)

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30.3.08
 
Para além da vida das abelhas e das flores 1
A queda do Muro de Berlim e a implosão da União Soviética desmantelaram, há quase vinte anos, o sistema bipolar de relações internacionais, deixando em aberto a redefinição de uma nova ordem internacional.
Sem equilíbrio de poderes nem rival estratégico, os Estados Unidos da América afirmaram-se como super-potência, tornando obsoletos muitos dos paradigmas e conceitos até aí existentes.


Um deles foi o do estado soberano tradicional, herança antiga da ordem vestefaliana, que está hoje confrontado com poderosas pressões de cima, de baixo e de dentro, em virtude da globalização e da concorrência com outros actores internacionais (organizações internacionais, não governamentais, etc).
O estado já não detém o monopólio da força, como era pressuposto na ordem antiga, e a ameaça à segurança vém cada vez mais de grupos não estatais.
Hoje podemos dizer que a América é (ainda e por enquanto) o único poder totalmente soberano.
Outro paradigma que se alterou foi o Terrorismo, que nunca como hoje constituiu tão perigosa ameaça para a segurança internacional.
Além disso, é também evidente que essa ameaça é indissociável das armas de destruição massiva (ADM).
A redução das soberanias conjugada com estas ameaças – Terrorismo e ADM – aumenta exponencialmente o perigo para todos.

A Geopolítica mundial entrou assim numa nova fase.
Os analistas não se têm poupado a multiplicar visões para perceber o sentido da “nova ordem” pós guerra-fria: Fim da História, Choque das civilizações, Geopolítica do Caos, Pax americana, Idade imperial, etc.
Considero adequado definir a actual estrutura de poder mundial, como um modelo híbrido, complexo e original, que se pode designar por Uni-Multipolar*, caracterizado pela coexistência de dois vastos movimentos geostratégicos:
- Por um lado, a guerra contra o terrorismo, a proliferação das armas de destruição massiva;
- Por outro, o jogo de contenções múltiplas entre a pressão hegemónica dos EUA e os que se batem no sentido de a contrariar.


*Luís L. Tomé, Novo recorte geopolítico mundial, UAL 2004

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