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La force des choses
20.8.09
 
O desespero não é uma filosofia.
É um acto. E os actos são irrefutáveis.
Como argumentar com um homem que se suicida diante de nós?

(Eduardo Lourenço)

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19.8.09
 
Da verdade, oculta

Toda a história da Ciência tem mostrado que existe uma realidade oculta. Mas igualmente, a Ciência mostra que esse oculto descoberto se afasta, quase sempre, e muito, do oculto mítico fixado pelas gerações humanas. Existem no entanto, excepções de mito que se confirmam – considero o do início de tudo, uma delas – e por outro lado, também a “realidade” científica se apoia em conjecturas que quase sempre se revelam incompletas e por vezes até erradas.

Saber disto, só por si, devia ser suficiente para desconfiarmos das verdades estabelecidas, sejam elas de antiga, ou sejam de nova geração, e por mais “evidentes” que em dado momento nos apareçam. Os mitos novos, como os velhos, têm por função dar-nos regras, regras de eficácia, para esse desempenho que designamos por vida. Mesmo quando procuramos compreender. Desde a animalidade que o humano depende da compreensão como guia da acção. Mas toda a teoria humana, como explicação de uma certa ordem de factos, é apenas e só um instrumento. Da Ciência até à Arte, as nossas teorias são instrumentos de identidade, são bússolas de referência.
Por isto digo que os mais “realistas” de nós (aqueles do positivismo) talvez sejam os mais ingénuos, tão crédulos como outro crente qualquer, Se não se entender cada “verdade” que sai ao caminho como verdade parcial, também não se entende que para além da Física, o Ser existe em Si, senão é nada. Mas nada é só um conceito vazio. Parece-nos assim evidente, e simultâneamente racional, que o fim é o Ser, e só Nele ultimamente se pode falar de verdade, a Verdade em Si, oculta.
Humildemente, o menos ingenuamente que posso, aderente ao chão do caminho, esta é a verdade em que me movo.

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16.8.09
 
A questão real
A notícia de verão produzida pelo 31 da Armada, ao trocar bandeiras – imagina se a troca tem sido com a bandeira nacional – tem levado a bué discussões de café sobre a bondade dos regimes.
Quanto a mim a discussão é sem sentido…
Desde da “descoberta” de que a soberania está no “povo” que a realeza passou a ser uma questão despicienda. O absolutismo foi para o caraças, substituído com estatal frieza pelos fascismos modernos. E cabe aqui uma lembrança, a da destituição de Mussolini ter sido possível porque um rei o despediu, ao contrário do III Reich Alemão, que à semelhança do Napoleónico, descendia de uma Republica. As voltas que as coisas dão…

Voltando ao rei; quando este Portugal, país esquisito, resolveu despedi-lo – sem perguntar nada ao povo, como diz o do 31 – a teoria republicana pressupunha que a simples mudança de soberano traria automaticamente a felicidade positiva. Trouxe sim, ao que parece, uma turbulenta ditadura de partido único (o do Costa), substituída depois por uma outra, mais estável (a do Oliveira).
Em 1910, tirando a França, origem do “mal”, toda a Europa era monárquica. Foram desventuras como as revoluções e guerras que transformaram esse quadro político naquilo que é hoje: Democracias de parlamento, sejam repúblicas ou as monarquias sobreviventes.
Com a particularidade dos reis actuais serem meras peças do mobiliário histórico, e de algumas das repúblicas (logo desde a primeira da História moderna) terem mimetizado as monarquias com Presidentes, uma espécie de reis electivos.
Por outro lado, o republicanismo não mudou nada à desgraça do povo (nem ao analfabetismo) e no mais provável, não tivesse acontecido o regicídio, seriamos hoje uma monarquia parlamentar, como a Espanha ou os países do norte.

No entanto, Portugal deve ser um dos poucos países onde a Republica convive bem com a Monarquia. Sendo uma Republica, venera um reizinho que lhe corresponde afectuosamente, e volta não volta, pelas razões mais díspares, lembramo-nos nostálgicos de uma bandeira azul e branca. Como se isso não bastasse, arranjámos um cargo público eleito, no qual os protagonistas tendem a adquirir o comportamento de uma majestade reinante. País esquisito...
Ora, como no problema da legitimidade, ter-se rei ou presidente, não põe nem tira grande coisa, uma vez que o poder é eleito, devíamos concluir que ao contrário do que julgavam os jacobinos antigos, o estado actual, radica noutra questão, qual é, a do bom governo. Que pelos vistos não fica garantido pela democracia do voto (agora lembro a Madeira…) precisa de mais qualquer coisa… a questão real, talvez essa seja a de cidadãos honestos, cidadãos de dar para além do receber, cidadãos com princípios, não de purismos, mas de tolerância… mas não sei…

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13.8.09
 
Programa de governo
E quando a noite vem
Estou só sem ninguém
Quisera amor saber
Serás tu pra mim?
(Os Conchas)

O Governo deveria fazer um inquérito para saber porque é que isto acontece e depois propor as medidas.
(Programa de governo, segundo o Prof. Medina Carreira)

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12.8.09
 

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