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La force des choses
20.7.09
 
Surtees
Qualquer dia, este sítio parece um obituário. Mas a verdade é que estes dramas me tocam. Lembro-me bem de John Surtees, campeão do mundo no Ferrari, em 1964. Dele teriam copiado a personagem de Yves Montand (o piloto Jean Pierre Sarti) no filme Grand Prix de 66. Já para o fim, foi ele também que deu o primeiro Grand Prix à Honda.

Sabia do filho Henry desde os karts. Um puto em que um pai tardio, punha a esperança de reviver a formula um, quase na primeira pessoa. Ontem, com 18 anos, em Brands Hatch, Henry Surtees levou com o pneu e jante do carro da frente na cabeça. Hoje morreu.
John Surtees está desfeito. Ele, que correu no tempo em que a morte em pista era comum, viu-a calhar agora ao filho, num tempo em que já não se morre disto. O acidente foi tão imponderável como eu ser atropelado a atravessar a rua. Henry pagou com o azar, a sorte que acompanhou o seu pai durante toda uma carreira. Rest in peace, Henry Surtees.

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19.7.09
 

Como dizia um amigo meu, os cães são animais como nós,... só que muito mais humanos.
Este filminho da União Zoófila mostra isso,... e o tamanho da diferença.

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Salvo o devido respeito, eu também não acho isto normal
À estúpida pergunta sobre se vemos diferença entre fascismo e comunismo, podíamos dar esta resposta breve: o comunismo é uma utopia, o fascismo é uma prática – o partido e o poder, é quanto os reúne e, faz do comunismo uma prática fascista.
(Imre Kertész, Um outro – crónica de uma metamorfose, Ed. Presença)
Os muitos comunistas que ao longo de décadas lutaram e morreram pela liberdade, sua e dos outros, não o fizeram em nome da opressão social mas sim de uma utopia de traços igualitários e humanistas. A tragédia funesta que se seguiu deveu-se, em muito, a degenerescência alquímica cruamente retratada por Kertész.
Em Portugal, onde os comunistas se integraram de forma satisfatória no jogo democrático, a sugestão de Jardim soa a insulto. Sobretudo vinda de quem, em matéria de democracia, já há muito viu estalarem os vidros que lhe servem de telhado. (Nuno Pacheco editorial do Púbico de hoje)


Quase concordando, penso que há alguns pontos pertinentes inscritos na constituição portuguesa:
1. A proibição da ideologia fascista (art.46) refere-se explicitamente ao racismo, o que faz todo o sentido.
2. A organização económica garante a propriedade privada (art.62) e a liberdade de iniciativa (art. 80) excluindo a economia centralizada.
3. Toda a organização politica constitucional se baseia na separação de poderes, excluindo os monismos totalitários, de tipo soviético.


Portanto, o comunismo, não sendo explicitamente excluído como o botânico madeirense AJJ apregoa, é-o de facto na forma politica constitucional. Que AJJ é um demagogo provocador já se sabe, mas esta provocação tem um sentido inteligente. Por mais bruto que seja, o exercício do poder na Madeira não será comparável a uma verdadeira ditadura, quanto mais não seja pela votação em que se apoia. Consciente disso, AJJ quis ver quem enfiava o carapuço, e no mesmo passo encravar o PSD. Não vejo nisso nenhum plano, nenhuma agenda secreta. Que o homem não se conforma com a constituição, nunca ele o escondeu.
Mas onde discordo do Nuno Pacheco, e aqui me impressiona, é na dimensão cultural; quando cá se condena o Fascismo tá-se bem em geral, mas quando alguém releva o carácter violento e anti-liberal do passado comunista, aqui d’el rei! Porque será que neste país – noutro país europeu, em particular no Leste, já não é assim – não se pode condenar o comunismo como ideologia totalitária? Tal como, os eventuais ataques ao Jardim, não se dirigem aos madeirenses que o escolheram, também não se condenam os que morreram pela utopia (à qual coloco reservas em vários aspectos) mas sim os que usaram esse ideal para a tal tragédia funesta que se seguiu, isto é, fazer do comunismo uma prática fascista.
Salvo o devido respeito, eu não acho isto normal. Ainda há pouco se liam no Avante, justificações surreais à Coreia do Norte... era isso que não devia acontecer; é isso que aproveita ao ogre da Madeira.

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17.7.09
 
À esquerda...
Consciente e convicta (…) de representar a consciência aguda da injustiça, da opressão, do privilégio inaceitável, a esquerda viveu-se durante os quase dois séculos da sua manifestação histórica (…) como se estivesse imune, por princípio, ao erro, ao desvio, à desfiguração ou até à traição ao ideário transparente com que se definiu.

Se neste momento a esquerda europeia está, ou parece estar, numa situação particularmente melindrosa, é talvez apenas por se ter imaginado que os erros ou pecados políticos, sociais e económicos só podiam ser cometidos pela direita, ou talvez melhor, que a direita é a expressão, nessa ordem, da História como pecado.

Eduardo Lourenço, Esquerda na encruzilhada ou fora da História? - Gradiva 2009 (ainda a sair e a ler)

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7.7.09
 
On ne voit vieillir que les autres, dizia o Malraux. Mas há algo que vem na proporção inversa; à medida que fico velho, cada vez gosto mais de memórias.

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5.7.09
 
GT Open 4 - Donington
Estes rapazes, que vi correr quase "de fraldas", estão na quarta posição do competitivo GT Open. Na quarta prova, em Donington, levaram o Porsche ao podium na 1ª corrida (2º lugar) e quase repetiram na 2ª corrida (4º lugar). Com outros portugueses, inscrevem o nome desta terra por esse mundo fora. Aquilo que eu gostava de ter feito na vida é hoje o seu dia a dia. Aquilo que hoje fazem parecer banal, era no tempo dos pais deles, era uma raridade difícil de ver...
Para mim, foi sempre difícil entusiasmar-me com corridas de automóveis, sem estar envolvido de alguma forma. É preciso sofrer com alguém. Com eles, mesmo de longe, ainda vibro... eis os meus heróis no podium de Donington.

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2.7.09
 
Há uma editora de coisas - entre cêdês e camisas em forma de Tê - que dá pla graça de Flor Caveira, e quêmêmata!

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1.7.09
 
Da chama imensa
Confesso que ainda não percebi o processo eleitoral no Benfica - na verdade, também não me tenho esforçado muito.
Mas vai ou não vai haver eleições?
Com ou sem providência cautelar?
Afinal quantas candidaturas há?
Antecipadas ou postecipadas?
A pé ou de avião?
SLB... espectáculo!

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103 anos!
Hoje, passados 103 anos, é uma realidade o sonho de José de Alvalade: um grande Clube, tão grande como os maiores da Europa.

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