27.12.08
Que vai doer, vai
Mas cada vez tenho mais esperança na Crise, ou melhor, todas as minhas esperanças residem nela.
E porquê?
Uma, porque, como dizia algo premonitóriamente um radical, meu amigo: acabaram-se as bizantinices do neoliberalismo; especifico, prova-se não ser verdade que “na prossecução do próprio interesse - como que levado por uma mão invisível - cada indivíduo promove o interesse da sociedade de forma mais efectiva do que quando ele realmente tem intenção de o promover”.
Duas, porque a Crise pode mais do que a política, ou melhor, condiciona o Poder de forma absoluta, como um salutar vazar de maré deixa exposta a mentirocracia: um poder insidioso e subtil, da mentira disfarçada pela psicologia da propaganda, que às vezes também designam por marketing, de que o ultimo exemplo é o escândalo Madoff.
Três, porque, apesar desta crise ter uma dimensão nunca vista, e estar inserida num contexto global nunca experimentado, é igualmente válido afirmar que, nunca existiu tanto conhecimento, tanta experiência acumulada, tanto potencial tecnológico, para poder actuar nas várias dimensões do fenómeno social.
Em suma, a Crise global vai obrigar às respostas adequadas – mas Deus nos preserve do conflito extremo, tradição muito humana – porque é implacável com os erros; cada erro prolonga o sofrimento... acabaram-se as bizantinices.
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