30.4.08
O Jardim da Madeira
É para levar a sério.
Alberto João é um líder carismático e um excelente político. Não me espantava se Maquiavel fosse o seu livro de cabeceira. Veio ao cheiro de poder e se não avançou até hoje - ao contrário desse outro carismático, sem bom senso, que dá pela graça de Pedro - foi por perceber a realidade social do continente, muito diversa do micro-cosmos madeirense, onde se impõe naturalmente. Mas se alguém por cá se assemelha a Berlusconi, é ele e não outro.
Por vezes dou por mim a pensar “porque não sacrificar a democracia a alguém que nos dê o importante, que é o bem-estar? e que se lixe a taça!...”
É por aqui, por esta porta, que vem o populismo; dá-nos o que pedimos… desde que entreguemos a alma. A situação italiana parece isso, o “cavalliere” ou o caos. A Madeira ainda mais, com as décadas de governos Jardim. Estou convencido que (ao contrário do que o próprio sugere) o Alberto João fez na Madeira aquilo que a malta de esquerda utopiza: uma “democracia social”. É só mudarem a caraça dele pela do Chavez e escutar-lhe as frases bombásticas, estilo "estou-me a cagar para..." por exemplo "a Assembleia da República" ou "nós não nos revemos na burguesia de Lisboa e Porto".
Houve na Madeira uma captura do poder político, que não admite réplica e que configura uma democracia política menor. Porquê? Porque esmaga pelo voto da maioria que vive incomparavelmente melhor do que há trinta anos, e até pede meças em termos nacionais.
Poderíamos discutir se será sustentável a prazo, mas isso não muda nada. O único problema para a Madeira será - como acontece em todas as lideranças carismáticas, de Salazar a Chavez, passando por Fidel - o dia em que o homem desaparecer.
Voltando ao assunto; o PSD é um partido cuja sociologia é mais permeável aos carismas. É sempre possível que as "bases" elejam alguém assim. Ainda há pouco o fizeram. Se conseguir unir gente, Alberto João é por isso a maior ameaça a Ferreira Leite. E se ele tiver o PSD na mão será a maior ameaça a Sócrates, ou seja, para o país.
Eu não me vendo por electrodomésticos, nem por túneis. A Liberdade não tem preço e quando dela se prescinde, paga-se mais tarde com juros altos. Acresce que Alberto João parte o país, como parte o partido, e tem ânimo suficiente para se aposentar com uma baita de uma pirotecnia. Quem vier depois que apanhe os cacos...
Por isto, peço encarecidamente aos sócios do PSD, que não se deixem iludir por brilhos. Pensem nos vossos filhos. Sejam sérios.
Comments:
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(As minhas desculpas, antes de mais:)
Não consigo levar a sério...
Nem ninguém dos "sócios" (digo eu, cheia de esperança!)
Oh cbs, então uma coisa destas depois daquela maravilha de aula da Pixar???
O ETzinho é tão mais giro! :)
Não consigo levar a sério...
Nem ninguém dos "sócios" (digo eu, cheia de esperança!)
Oh cbs, então uma coisa destas depois daquela maravilha de aula da Pixar???
O ETzinho é tão mais giro! :)
Benvinda Éme*
os sócios levam-no a sério, acredita
Amigo Jrd
também ninguém acreditava que o Pedrinho chegasse onde chegou.
que Deus nos livre...
antes o partido que o país
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os sócios levam-no a sério, acredita
Amigo Jrd
também ninguém acreditava que o Pedrinho chegasse onde chegou.
que Deus nos livre...
antes o partido que o país
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