21.8.07
A vida efémera da Bauhaus
Poucos meses após o estabelecimento da Bauhaus em Weimar, em 1919, as clivagens na Republica de Weimar, numa frente conservadora, uma social-democrata, e ainda outra comunista, reflectiam-se nas lutas em torno da escola financiada pelo estado.
As declarações proferidas pelos grupos políticos na arena cultural reflectiam a polarização crescente: tradição versus modernismo era igual a direita versus esquerda.
A Bauhaus estava associada às forças políticas de esquerda.
O encerramento da escola em Weimar tornou-se inevitável quando, na Primavera de 1924, uma coligação de direita substituiu o antigo governo de esquerda do estado livre da Turingia. A primeira medida do novo governo foi um corte de cinquenta por cento no orçamento para a desprezada instituição.
No estado de Anhalt em Dessau, para onde a escola foi transferida em 1925, as condições politicas permaneceram favoráveis para a Bauhaus até 1932.
No entanto o clima político começou a mudar em 1929, com o aumento da influência do partido NAZI. Os nazis repetiam a acusação que perseguia a Bauhaus desde o período de Weimar, considerando-a um exemplo acabado de “bolchevismo cultural”.
A facção nazi de Dessau conseguiu forçar o encerramento da escola através de uma ordenação comunal em Setembro de 1932.
Após as eleições de 1932, os nacionais-socialistas passaram a dominar a discussão sobre cultura política, atingindo inclusivamente os apoiantes da Bauhaus, com as suas acusações.
Não apenas Gropius, mas também o director do museu de Dessau, Ludwig Grote, o presidente da câmara, Fritz Hesse, e críticos de arquitectura como Bruno Werner, tentaram desenvolver argumentos que provassem que as tendências modernas, entre elas a Bauhaus, não eram cultura bolchevique mas alemã.
Mies Van der Rohe reabriu a Bauhaus como instituto privado em Berlim em Outubro de 1932, mas a escola sobreviveu apenas alguns meses. Após a chegada dos nazis ao governo a 31 de Janeiro de 1933, todas as instituições culturais foram forçadas a alinhar com a política nazi.
Droste, Magdalena - A Bauhaus 1919-1933, Ed. Taschen Publico 2007