8.1.10
Dogmas
Diz-nos hoje no Púbico, o Miguel Esteves Cardoso: A ciência e a religião são diferentes em tudo, excepto na veneração (…) Lemos e vemos cientistas dizer, na voz baixa de quem está na missa, que tudo na natureza é complexo e maravilhoso.
Complexo significa aquilo que o cérebro humano, até agora, ainda não conseguiu compreender completamente. Mais valeria dizer inexplicável por nós. Têm também os cientistas a pretensão que algum dia se há-de perceber tudo, e nessa convicção, nota-se o dogma da fé.
Tá bem e tá mal.
Tá bem porque na ciência existe um dogma de fé.
Tá mal porque essa fé não consiste, na pretensão de que “um dia se há-de perceber tudo” (isso era a fé do positivismo, não a da ciência actual), mas sim na crença de que o Universo é prenhe de racionalidade, e por isso, compreensível. É diferente.
Tá mal ainda, porque complexo não significa inexplicável, significa sim que não é simples, mas apesar disso é compreensível.
Bom.
Mas isto suscitou-me a ideia nítida de que a incompreensão, quando humilde – isto é, consciente – provoca a fé. Diria até que a incompreensão última da existência é um dado imediato da transcendência. E assim, uma evidência que pode sustentar o primeiro passo para procurar Deus.
De onde, não é legítimo (intelectualmente, claro) ao ateu negar Deus. A única posição racional (não religiosa) legítima é a agnóstica, dizer: não sei... porque ando distraído, acrescentaria.
Felizmente para além da razão, temos a faculdade de intuir.
Felizmente surgiram profetas.
Felizmente também, Ele revelou-Se.
(posto no Trento)
Etiquetas: fé, religião, trento
Comments:
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Nos dogmas dos outros não me meto.
Nem nos meus, se tivesse algum.
Apenas os respeito. Os dos outros, claro...
bfs
Abraço
Nem nos meus, se tivesse algum.
Apenas os respeito. Os dos outros, claro...
bfs
Abraço
nisso é como eu Jrd. respeito os dogmas e não pretendo impor nada.
mas a minha reflexão era sobre a nossa absoluta incompreensao do Absoluto, por assim dizer, como porta para Deus...
alguém disse que saber pouco pode afastar-nos de Deus, mas saber muito pode ao contrário, aproximá-lo. saber muito é tocar o limite, o nosso limite, só isso...
abraço e bfs
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mas a minha reflexão era sobre a nossa absoluta incompreensao do Absoluto, por assim dizer, como porta para Deus...
alguém disse que saber pouco pode afastar-nos de Deus, mas saber muito pode ao contrário, aproximá-lo. saber muito é tocar o limite, o nosso limite, só isso...
abraço e bfs
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