4.1.09
A bondade do martírio
É preciso que (...) ambos se convençam de que perdem mesmo quando parecem ganhar, diz muito bem o Nuno Pacheco, no editorial Público de hoje.
Acho que sim, ninguém ganha neste jogo.
Israel dando mais uma ração, alimenta o ódio anti-ocidental – e não só anti americano, ainda não se percebeu? - que perpassa pelas populações árabes, perde em termos estratégicos no longo prazo (e diziam-me que Huntington é que estava errado...).
Mas o povo palestino perde agora, já! Se Israel paga um preço elevado, a Palestina perde tudo… que lógica suicida é esta, a do Hamas?
Aqueles mapas da palestina minguante, que vi ontem o Daniel exibir na TV, provam que nesta luta, o povo palestino tem sido sacrificado a todos os ódios, internos ou externos, como o do Irão a Israel.
Admitindo que Israel seja filho de Satã, pergunto: com que justificação decente, se permitem sacrificar um povo?
Lembra-me o Götterdämmerung de Hitler, a sacrificar todos os alemães à sua paranóia de ódio. E como os nazis faziam, também agora se acusam os moderados, como Abbas, de serem traidores e colaboracionistas...
É que, caro Nuno Pacheco, como se sabe são precisos dois para o tango, e a linha Irão-Hezbollah-Hamas joga numa estratégia assimétrica, que torna impossivel a cooperação aos oponentes; como diz o Amos Oz: os cálculos são simples e cínicos: se morrerem israelitas inocentes, isso é bom; se morrerem palestinianos inocentes, é ainda melhor…
Etiquetas: médio oriente, palestina, politica
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E vão continuar a morrer inocentes, mais de um lado do que do outro, enquanto "outros inocentes", teoricamente a salvo, vão acreditando na imensa mistificação, que é este conflito sem solução.
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