O centenário Manoel
Do vasto palmarés, creio ser mais relevante, o período em que correu na equipa Ford de Manuel Menéres e Eduardo Ferreirinha (construtor do famoso Edfor) com os protótipos V8 especiais. Foi o fascínio desses carros que levou Oliveira a realizar na época o documentário "Já se fabricam automóveis em Portugal".
1936 - 1º Rampa do Cabo da Roca; 2º Rampa da Pena; 2º Rampa do Buçaco; 3º Circuito de Santarém; 3º Rampa de Santarém
1937 - 1º Circuito do Estoril
1938 - 1º Rampa do Gradil; 3º Circuito da Gávea (Brasil)
"Em boa altura, e já logo asseguir ao 25 de Abril em 1975, retomei o cinema com "Benilde ou a virgem mãe" e acabei por me desinteressar de todo pelas corridas, mas vejo-as, por vezes na televisão. Os carros e os circuitos actuais dão uma grande protecção ao piloto. E ainda bem. No tempo em que corriamos estávamos longe de ter, quer nos carros, quer nos circuitos, essa protecção. De qualquer desastre se não se morria saía-se muito combalido. Porém, mesmo com todas as protecções houve um caso que foi fatal. E quando fui a S.Paulo a um festival de cinema, quis visitar o cemitério onde jaz o corredor brasileiro Ayrton Senna. Havia sobre a tumba, uma placa de ferro com estes dizeres gravados em baixo-relevo: Podem-me roubar tudo, menos o meu amor a Deus". (Manoel de Oliveira na Introdução à História do automobilismo português, Talento 2004)
Em baixo: Em segundo plano, Oliveira no Ford V8 especial, persegue o Maserati de Edward Rayson, no circuito do Estoril de 1937 que o futuro cineasta virá a vencer
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