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La force des choses
18.3.08
 
A atitude textual 2
Uma segunda situação que favorece a atitude textual é a aparência de êxito. Se lemos um livro que afirma que os leões são ferozes e depois encontramos um leão feroz (estou a simplificar, como é óbvio), é possível que nos sintamos encorajados a ler mais livros do mesmo autor e a acreditar neles. Mas se, ainda para mais, o livro sobre o leão nos instruir sobre o modo como lidar com um leão feroz, e as instruções funcionarem na perfeição, então o autor não só gozará de grande crédito como se sentirá encorajado a tentar a sua sorte em outros tipos de escrita. Existe uma dialéctica de reforço bastante complexa em que as experiências dos leitores são na realidade determinadas por aquilo que leram, e isto, por seu turno, influencia os escritores a escolherem temas definidos antecipadamente pelas experiências dos leitores.
Um livro sobre o modo como lidar com um leão feroz poderia então provocar a produção de toda uma série de livros sobre temas como a ferocidade dos leões, as origens da ferocidade, etc. de igual modo, á medida que o ponto de vista do texto se centra cada vez mais especificamente sobre o tema – já não os leões, mas a sua ferocidade – podemos esperar que as formas pelas quais se recomenda que se lide com a ferocidade do leão irão na verdade aumentar esta ferocidade, forçá-la a ser feroz, uma vez que é isso que ela é e é isso que, essencialmente, sabemos ou apenas podemos saber sobre ela.
Não é fácil prescindir de um texto que vise conter conhecimentos sobre algo real que surja a partir de circunstâncias similares ás que descrevi. Atribui-se-lhe competência na matéria.
Edward Said, Orientalismo, representações ocidentais do Oriente, Cotovia 2004 (p. 109)

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