18.2.07
Iwo Jima
"Estamos aqui para defender a ilha até ao limite das nossas forças.
Devemos consagrar-nos à luta de corpo e alma.
Um homem só tem autorização para morrer depois de ter morto pelo menos dez americanos.Viva o imperador!"
As ordens foram seguidas à letra e a luta, que durou vinte e seis dias, foi uma das mais terríveis carnificinas da guerra no Pacífico.
Este encarniçamento resoluto e premeditado tinha a mesma raiz que animou os aviadores Kamikaze.
No calor do combate qualquer ser humano, na exaltação do momento, pode a transfigurar-se num cobarde ou num herói; basta uma palavra, uma atitude, uma fracção de segundo...
Mas aquilo que caracteriza um Kamikaze, não é apenas matar morrendo, a essencia é a decisão prévia, tomada muito tempo antes de realizar o gesto.
É esse misto de paixão e serenidade racionalizada, que choca quem o vê de fora e particularmente o espírito utilitarista ocidental.
Com horror chamamos-lhe fanatismo, mas será pela diferença moral ou será pelo medo da ameaça?
Para além da beleza formal, o filme é um mergulho na humanidade do inimigo, e em reflexões como esta... que fiquei a dever a Eastwood.
Lembrei-me dos actuais sucessores da saga Kamikaze… do erro de julgar o outro sem lhe ter trilhado o caminho.
Vê-se ali a igualdade entre soldados, feita de medo e coragem, e vê-se a frieza implacável que a distancia produz, nos que dirigem o xadrez macabro da batalha.
Comments:
<< Home
Tal como aconteceu o ano passado com o magnífico filme "O novo mundo" de Terence Malick, este ano em Berlim a estrela voltou a ser um filme exibido fora da competição.
Tenho de ir ver.
Enviar um comentário
Tenho de ir ver.
<< Home