1923 o Livro Branco e um erro àrabe
O mandato sobre a Palestina conferido pela Sociedade das Nações à Inglaterra em 1922, reproduzia as contradições da política britânica (e ocidental); o preâmbulo refere simultaneamente a declaração Balfour e o art. 22 do Pacto da SDN.
Esse artigo é consagrado aos “povos ainda não capacitados de se governarem a si mesmos”; nessa perspectiva a tutela seria confiada às nações desenvolvidas que exerciam na qualidade de mandatários em nome da SDN, e obrigando-se a tomar em consideração os sentimentos das comunidades administradas.
Essas duas condições eram inconciliáveis, salvo no caso particular de uma imigração massiva que criasse uma maioria judaica sem oposição dos árabes.
- Edição de um Livro Branco com uma nova declaração de intenções que apazigúe as duas comunidades
- Estabelecimento de um órgão legislativo que esboce uma estrutura constitucional
A instauração do "Palestine Order in Council" modifica o regime de administração directa como colónia da Coroa para um orgão representativo com 12 membros eleitos (8 muçulmanos, 2 cristãos e 2 judeus) e 10 membros nomeados pela administração britânica.
Os judeus protestaram logo, pretendendo a paridade de membros com os árabes; estes pelo seu lado cometem um erro grave: boicotam as eleições de Fevereiro de 1923 enterrando assim o Conselho legislativo.
Com a recusa em participar nas eleições, os árabes pretendiam obrigar a Inglaterra a continuar a administrar directamente a Palestina, o que repugnava cada vez mais a Londres.
A organização sionista criou uma Agencia Judaica em 1929 com o apoio de judeus americanos, para organizar a emigração, a compra de terras e as relações externas da comunidade judia palestina.
A prioridade dada ao controlo fundiário e ao trabalho manual suscitou entretanto o movimento dos Kiboutzim com aldeias cooperativas (Mochav), e agricultura colectiva (Kibboutz), uma das experiencias colectivistas mais bem sucedidas da História.
Antes eram apenas um apêndice da Diáspora, depois a situação inverte-se, transformando-os no verdadeiro centro de decisão politica com a Diáspora como força de apoio.