Construindo o atoleiro
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Apartir de 1918 uma diplomacia semi-secreta toma forma entre Haim Weizmann e os notáveis árabes na Palestina.
Weizmann retardava a implantação sionista na Palestina, afim de conseguir um entendimento prévio com os Árabes. Mas vê na família Hachemita o principal aliado árabe; pensava que um bom acordo com Faiçal seria a chave que abriria o mundo árabe aos sionistas.
Só que o mal-entendido é total, pois os árabes palestinos não reconheçiam aos Hachemitas o direito de dispor da Palestina. Em 1918 membros do clã Husseini (opostos aos Hachemitas), um dos quais o futuro mufti de Jerusalém, Amine el-Husseini tomaram a iniciativa de uma reunião com Weizmann. De volta, Amine relatou aos chefes palestinos com profunda inquietação que acontecia o que suspeitavam, uma estreita cooperação entre Sionistas, Hachemitas e Ingleses.
Nessa altura apareceu também o desentendimento entre a administração militar na Palestina e o governo de Londres, cuja colaboração com os sionistas se tornara íntima e permanente. A constante intromissão da comissão sionista (Weizmann) sobre funcionários e policias da Palestina, com constantes apelos a Londres tornam-se exasperantes para o comando britânico.
O general Clayton, chefe do gabinete político no Cairo escreveu no Arab Bulletin, criado pelo coronel Lawrence: "nada prejudica mais as nossas relações com as populações não-judias da Palestina do que a imprecisão da nossa declaração favorável ao sionismo (Balfour). É utópico pensar que, quem quer que esteja presente no terreno, se possa sentir bem numa terra prometida."
E em 2 de Maio de 1919, o Clayton telegrafa para Londres: “O receio do sionismo e a desconfiança aumentam de dia para dia. Nenhuma tentativa de persuasão será já capaz de inverter este processo. Devem compreender que 90% da população da Palestina é profundamente anti-sionista, e esse sentimento agrupa muçulmanos, cristãos e até boa parte dos judeus autóctones.”
Clayton é então chamado a Londres e substituído pelo coronel Meinertzhagen, admirador do Sionismo.
Mas gostei de ler... o(s) atoleiro(s).
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