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La force des choses
26.11.05
 
Innocence's Visibility

If we'd stop trying to be happy we could have a pretty good time

Podemos distinguir dois tipos de processos imaginativos:
- o que parte da imagem visual e chega à expressão verbal.
- e o que parte da palavra e chega à imagem visual.

…perguntemo-nos como se forma o imaginário de uma época em que a literatura já não faz referencia a uma autoridade ou a uma tradição como sua origem ou fim, mas sim toma como mira a novidade, a originalidade e a invenção.

Parece-me que nesta situação o problema da prioridade da imagem visual ou da expressão verbal (que é um tanto como o problema do ovo e da galinha) se inclina decididamente para o lado da imaginação visual.

Italo Calvino, Lezioni Americane – Sei proposte per il prossimo milennio

Comments:
estas campanhas da Benetton são fortíssimas. Esta ainda não tinha visto...

quanto ao resto, o conceito comunicação absorve tudo, isto é todos os tipos de arte!!! a fronteira.... não sei bem... mas gosto destas alterações.

bj
 
Olá E-clair
quis mostrar o processo, usado na pub e nos jornais, da passagem da imagem ao texto e vice versa.
Na primeira, um texto do Pessoa lembrou-me a imagem da Tamara de Lempika.
Na segunda, no sentido inverso, a imagem da Benneton, lembrou-me o livro "the age of innocence" e usei uma frase da Edith Wharton, a autora.
É esta ligação texto-imagem (ilustração e legendagem)que Calvino designa por visibilidade.

abraço
 
quase sempre temos esta divergenciazita: o que parece, é ou não é...acho que é sempre mais coisas, já sabes.
posto isto ;)

adiro ao texto abaixo (do Pessoa), e "desadiro" ao da Benneton (que só quer vender, chocalhando a "moral" instalada, penso eu simplisticamente) mas acho-o bom para ilustrar a crítica ao actual "império da imagem": a inocencia da superficialidade, o "good time" sem muita profundidade, pra não doer.
 
este texto do Pessoa:
"Quanto mais desço em mim.
Mais subo em Deus."
sugeriu-me a imagem da Tamara que o acompanha.

A imagem da Benneton sugeriu-me a frase de "the age of innocence" da Edith Wharton.

Mainada :)

Mas vejo que agora és tu que vês para além do que lá está (ou parece estar).
Sim, aceito que a "culpa" é partilhada entre o emissor e o receptor, porque é condição terem o mesmo código, senão a mensagem não passava.
Mas o apontamento "inocência-superficialidade" é meu, não deles. Eles só querem vender a imagem, a quem a quiser engolir.
 
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