18.8.05
Para a Paz (Perpétua) 6: A Invasão das Vontades
1968 Praga; Checos dentro de um café, observam soldados russos a acabarem com a Primavera.
No State Shall by Force Interfere with the Constitution or Government of Another.
For what is there to authorize it to do so?
The offense, perhaps, which a state gives to the subjects of another state?
Rather the example of the evil into which a state has fallen because of its lawlessness should serve as a warning.
Such interference by foreign powers would infringe on the rights of an independent people;
hence it would itself be an offense and would render the autonomy of all states insecure.
(Fifth preliminary article for perpetual peace among states, Emmanuel Kant 1759)
Isto é fácilmente compreendido hoje mas não era no séc. XVIII.
Só se é independente quando se escolhe livremente.
(Abro aqui um parêntesis, para discordar de Kant quando ele aceita a interferência em caso de guerra civil;
considera que nesse caso, o estado é de anarquia, de separação das partes, já não valendo a unidade constitutiva originária.
Mas se, como afirma também, cada estado tem a sua raiz no próprio tronco, então tem direito, como ser autónomo, a combater por si as suas próprias enfermidades.)
A quebra deste princípio - o que inclui a espionagem - ataca a própria razão de ser de uma nação: a livre associação dos cidadãos segundo um contrato originário.
Do século XX lembramos o espezinhar das escolhas dos povos; pela brutalidade russa em 1956 na Hungria e 1968 na Checoslováquia; no Chile em 1973, pela perfídia americana.
Hoje, no século XXI, quando as Democracias Ocidentais, querem impor o seu sistema político nos países árabes, estão também a contrariar este princípio.
O quinto obstáculo à Paz verdadeira consiste na Invasão das Vontades: Nenhum estado deve interferir nos assuntos internos de outro.