25.6.07
O próprio cabelo
De certo modo, dá-se com a s putas um fenómeno especial devido ao facto de o seu sexo ser um constante objecto de desejo.
O erotismo vem todo à superfície.
A constante presença do pénis dentro dela confere à mulher uma certa fascinação.
O sexo está sempre como que exposto, como que presente em todas as partes do seu corpo.
Curiosamente, até o próprio cabelo da puta se mostra impregnado de sexo.
O cabelo daquela mulher… era o mais sensual que já me foi dado ver.
A Medusa devia ter um cabelo como aquele e era com ele que seduzia os homens que sucumbiam ao seu feitiço.
Era um cabelo cheio de vida, pesado, tão excitante como se tivesse sido lavado em esperma.
Dava-me a impressão de ter estado enrolado num pénis, mergulhado nas suas secreções.
Era o género de cabelo que eu desejaria ver enrolado à volta do meu sexo.
Era quente e aromático, luzidio e farto.
Era o cabelo de um animal.
Eriçava-se quando se lhe tocava.
Bastava-me passar os dedos por aquele cabelo para ficar em erecção.
Já me satisfazia só de lhe tocar naqueles cabelos.
(Anais Nin, Little birds 1979)