9.6.07
Da contiguidade na relação entre potência e acto
“... em relação a todas as faculdades que nos vêm por natureza recebemos primeiro a potencialidade, e, somente mais tarde exibimos a atividade (isto é claro no caso dos sentidos, pois não foi por ver repetidamente, ou repetidamente ouvir que adquirimos estes sentidos; ao contrário, já os tínhamos antes de começar a usufruí-los, e não passamos a tê-los por usufruí-los).
Quanto às várias formas de excelência moral, todavia, adquirimo-las por havê-las efetivamente praticado, tal como fazemos com as artes.
As coisas que temos de aprender antes de fazer, aprendemo-las fazendo-as – por exemplo, os homens tornam-se construtores construindo, e tornam-se citaristas tocando cítara; da mesma forma, tornamo-nos justos praticando actos justos, moderados agindo moderadamente, e corajosos agindo corajosamente.”
(Aristóteles, Ética a Nicómaco, pág. 35)
A virtude, como o vício, são hábitos que se constroiem.