12.5.07
Não précisa sábê pra sê félixe!
É sempre bom ir ouvindo o pasquim televisivo que dá pelo nome de “eixo do mal”. No “grande finale” habitual saiu-nos hoje a Sónia.
Ouvi primeiro em riso crescente.
Depois pensei naquilo de que me ria, era puro analfabetismo, dislexia ao vivo, miséria educativa e sei lá o que mais…
Mas novamente, e ainda matutando, apercebo-me espantado que é mesmo esta a marca essencial do tempo que vivemos.
A simplicidade mais primeva convive gloriosamente, com o conhecimento mais avançado. E dá tanto ou mais dinheiro... o ovo de Colombo tá ali, ao abrir da porta, dobrando a esquina.
Sónia a brasileira foi vista em menos de cinco dias por mais de um milhão de almas penadas.
O estrondoso sucesso do pequeno filme levou a apropriadamente denominada Omni International a dar uma mãozinha à empregada das limpezas e a transformá-la numa comerciante online. Com o slogan “Você não precisa saber de tudo para ser feliz”
Para quê estudar, aprender e saber, meus filhos? a revolução mundial da comunicação alterou o paradigma em que vivemos, desde o “ser” até ao “ter”.
A utilidade desligou-se do saber, só resta o puro prazer… saibamos então só por lazer como dizia o saudoso Agostinho da Silva, talvez esteja a chegar o tempo do Quinto dos Impérios:
Até, por tudo, crendo que estamos no limiar daquela final Idade de que profetizou o bom abade Joaquim de Flora: o governo das crianças e reino do Imprevisível; ou o Quinto dos Impérios como lhe chamavam o padre Vieira e o filósofo Silva.