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La force des choses
26.4.07
 
Dos impulsos democráticos

Desde de 1974, quando um grupo de oficiais do Exército derrubou o regime autoritário que governava Portugal havia quarenta anos, dezenas de países libertaram-se também dos seus próprios regimes autoritários, começando pela Europa do Sul, passando pela América Latina em inícios da década de 80, pela Europa do Leste com a queda da União Soviética em 1989 e, de certa forma, fazendo-se sentir ainda hoje em África e no Médio Oriente.

O golpe militar de 25 de Abril foi o começo do que Huntington afirmou ter sido um “worldwide movement to democracy”.
A transição portuguesa teve a particularidade de assumir proporções ibéricas, europeias e internacionais, representando o começo do que Huntington veio a denominar a “terceira vaga”* democrática, não havendo modelos disponíveis para a inspirar, e muito poucos para a influenciar.
Daí ser um caso paradigmático frequentemente usado em análises comparativas no tema da transição democrática.

As suas consequências mais directas foram os efeitos na transição espanhola, onde a ruptura Pactada se tornou no oposto da ruptura por Golpe do caso português.
O exemplo negativo do alvoroço português, que evidenciou os riscos de violência que poderiam decorrer, incluindo divisões nas Forças Armadas, pode ter contribuído para o recorrer à consolidação de estratégias de moderação por parte dos militares e do Partido Comunista espanhol, bem como para o papel central que o Rei Juan Carlos acabou por ter durante o decorrer do processo.
Uma análise sucinta da transição espanhola verificará o papel moderador do Rei, e em especial do inovador primeiro-ministro Adolfo Suarez, apesar de originário do regime franquista.
Existe hoje um consenso de que, a transição espanhola é também um caso paradigmático para o estudo das novas transições de regimes autoritários para a democracia, por ter inaugurando um modelo inédito caracterizado pelo controlo das elites sobre o processo durante o seu desenvolvimento.


* Huntington distinguiu três vagas democráticas, a primeira a partir de 1828 quando os Estados Unidos introduziram o voto secreto, a segunda iniciada com a segunda guerra mundial de curta duração, e a terceira com a revolução portuguesa de carácter global; mas considerando que as revoluções americana (1776) e francesa (1789) do século XVIII são verdadeiramente a primeira vaga (e talvez a mais significativa ruptura), mesmo não se conformando ao conceito actual de Democracia, eu falaria em quatro vagas.

Comments:
Ese mural parece un Siqueiros o Rulfo, de quien es?
 
Olha Porfirio, não sei.
saquei dum tal William Urmston neste site: homepage.smc.edu/.../exam%20one%20slides.htm

título: New Democracy

não linkei porque não diz o artista

abraço
 
ups!...

site:
http://homepage.smc.edu/urmston_william/exam%20one%20slides.htm

:)
 
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