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La force des choses
9.12.06
 
Teleologias políticas

“Todos os conceitos marcantes da doutrina moderna do Estado são conceitos teológicos secularizados.
Não apenas segundo o seu desenvolvimento histórico, por terem sido transportados da teologia para a doutrina do Estado, na medida em que, por exemplo, o Deus todo-poderoso se tornou no legislador omnipotente, mas também na sua estrutura sistemática”
(in Carl Schmitt, Politische Theologie)


O que está na raiz das teleologias políticas ocidentais é, penso eu, o casamento de César (racionalidade clássica) com Cristo (teleologia judaica) unidos numa universalidade irradiante.
No processo da modernidade ocidental (séc. XIX) transportaram-se os conceitos da teologia para a doutrina do Estado (processo de secularização).
As teleologias políticas apresentam uma analogia estrutural entre conceitos da esfera teológica e conceitos da esfera política que Schmitt refere como a “imagem metafísica do mundo”.


Uma teleologia política aparece fundamentalmente como mundanização (secularização) de conceitos originariamente vinculados à esfera da Fé.
A imagem de um “salvador”, a esperança de uma “Idade de Ouro” e a denúncia de uma “conspiração” andam frequentemente de mãos dadas, fornecendo uma representação acabada do jogo político em que estão indicados o Bem, o Mal e o resultado final da luta.
Manifesta-se então a culpa e denuncia-se o que é estranho à "sociedade ideal", nela infiltrado e favorecendo a desintegração do todo.
Essas “sociedades míticas”, fruto de uma visão orgânica do corpo social, são ameaçada pelas sociedades democráticas, cada vez mais complexas, nas quais os conflitos (por vezes extremamente contraditórios) são integrados, aceites como legítimos e parece que tendem a afastar cada vez mais a tal unidade nostalgicamente desejada.
Uma tentação frequente é negar essa multiplicidade em nome da unidade fictícia, substituindo a construção da unidade (que pressupõe a diferença) pelo apelo a uma unidade preexistente (carácter teológico).

Daquilo a que culturalmente se costuma designar por Modernidade, originário da revolução americana de 1787, saíram três caminhos:
- O Liberalismo elegendo como valor a liberdade
- O Comunismo elegendo como valor supremo a igualdade
- O Fascismo elegendo como valor maior a autoridade

Tanto o Comunismo com o seu Povo eleito (a classe operária) e o seu Paraíso terreno (a sociedade comunista), como de alguma forma o Fascismo com o seu Salvador carismático são filhos da visão teleológica de .

O Liberalismo que deu lugar às democracias parlamentares concorrenciais (por princípio) em que se acolheu a diferença, a aceitação do “outro” e recusou a mentira da “união de todos” em modelos de “sociedades ideais”, foi o ramo moderno que mais se afastou da Fé, o mais laico, o mais secular.

Separando a religião e o estado (laicidade cujos custos dramáticos começam na primeira guerra civil europeia, a dos "trinta anos"), permitiu no entanto que sobrevivessem as diversidades da Fé.
E uma razão essencial para essa separação reside precisamente na natureza dogmática da Fé, que não admite dúvida e arrebata a paixão das almas, levando facilmente (diria necessariamente) ao autoritarismo quando detém poder político.

O Poder, quando se possui, é sempre exercido, e a única forma da religião ser aberta e tolerante com as diferenças, consiste em não ter poder político; o que aliás é uma força de expressão, pois mesmo sem poder político, as religiões têm um tremendo poder de sedução, de influencia e manipulação.


Comments:
Excelente este post CBS.

Um abraço
 
Este termo (teologia política), embora que presente/existente, é tão... estranho?
 
Teleologia política ainda é mais. Quer dizer meta-política e nada tem a ver com religião.

Teologia política, sim. Foi conceito defendido pelo Schmitt que achava que toda a política replica noções religiosas.

Teologia política não tem ligação com teleologia.
 
Teologia (Gr. Theos, Deus) e Teleologia (Gr. Téleos, Final) têm ligação sim minha cara, não se confundem, mas podem relacionar-se.
As doutrinas teleológicas afirmam a existência de uma finalidade (ou causa final) no movimento, na mudança do Mundo e remontam a Aristóteles como deves saber.
Como também sabes, S. Tomás identificou essa causa final com Deus e todas as três religiões abrâmicas anunciam como destino final (finalidade) a união com Deus no Paraíso.
O termo político (relativo a estado) é passível de ser aplicado tanto à Teologia como à Teleologia;
No primeiro caso, Teologia política pode designar o transporte de conceitos religiosos para o estado (ex. Teocracia, mas não só, segundo Scmitt);
No segundo caso, Teleologia política pode designar um sistema político que (como as religiões abrâmicas) afirme a existência de uma finalidade (ex. a sociedade sem classes do comunismo).
Aí está uma ligação entre política e religião.

Metapolítica, à semelhança de Metafísica significa “para além” da Política, ou seja Filosofia Política, ou seja o estudo do fim último da Política, conceitos gerais como os de liberdade, igualdade e autoridade, por exemplo.

Não se confunde com "Sistema Político", acepção específica a que apliquei o termo “teleologia política” para referir a analogia estrutural entre religião e política; essa analogia é a “imagem metafísica do Mundo” de que fala Schmitt.

Muita paciência m!
 
confesso que tinha lido mal...
 
não faças caso, Che
isté conversa de surdos, que nada tem a ver contigo
 
Teleológico tem tanto a ver com Deus como têm os teleosáurios ou a telófase que é a útlima fase da divisão celular.

Há-de ter a ver com qualquer doutrina determinística e só é com divina se o contexto a isso se referir.

O que não foi o caso. No texto é referido teleológico enquanto doutrina fechada, utópica e determinística- baseada em leis- como foi o marxismo e como se apresentou esta ideia de boa doutrina política misturada com valores ocidentais mais liberalismo de mercado.

Não há, portanto, no texto do VPV a menor relação com qualquer ideia de doutrina religiosa.

A confusão de teleológico com teológico é que levou a misturar o Carl Schmitt com palavras ao lado.

Como é óbvio, o VPV não empregou o termo teleológico para falar de religião. Se o quisesse fazer usava a palavra correcta: teológico.

Tal como o Carl Schimitt também não lhe chama política teleológica mas sim teológica- pois esse sim, compara o cariz religioso com o político.

Não o comparaou o marxismo que era ateu e a frase do VPV referia-se ao marxismo determinístico. Ao esquema fechado materialista que se sucedeu ao hegeliano. O sentido é esse- política determinística com esquema que aponta num único sentido e que está pré-determinado. Como em Hegel
 
Na verdade, nem o VPV usou a palavra teleológico ou teológico.
Não falou em nada disso. Nem uma palavra.

A frase de onde foi retirada essa fantasia vem daqui:

"O sr. D. José e José Júdice partilham uma convicção, a convicção da superioridade absoluta da ortodoxia ideológica do Ocidente: a dignidade da pessoa, a liberdade, a tolerância, a famosa "abertura". E, lá no fundo, acreditam que ninguém consegue resistir a tanta perfeição. A mistura do cristianismo (católico ou não) com a herança liberal produziu, como era de prever, uma nova religião secular, que se julga destinada a um triunfo ecuménico. O marxismo deixou descendência."

Que nada tem a ver com religião. Zero.
 
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