17.11.06
Morreu um Mestre
A noção de Bem em sentido moral incide directa ou indirectamente sobre acções, omissões ou intenções.
Tal noção insere-se na esfera prática da actividade humana.
Importante ter presente que, se a definição de bem não foi construída do ponto de vista da noção de mal, a definição de mal foi construída do ponto de vista da noção de bem.
O que caracteriza o bem é a possibilidade de ser algo que todos desejem que possivelmente ninguém indeseje no plano dos valores práticos.
Desejar o bem é o princípio positivo da Benevolência.
Indesejar o mal é o princípio negativo da Benevolência.
Se desejar o bem é Benevolência, fazer o bem é Beneficência.
Se desejar o mal é Malevolência, fazer o mal é Maleficência.
Há circunstâncias em que a omissão vale como ato de beneficência positiva ou como ato de maleficência positiva:
- abster-se de exercer o direito de causar dano é beneficência positiva
- abster-se de cumprir o dever de prestar ajuda é maleficência positiva.
Ser justo é agir conforme o tipo de igualdade ou desigualdade seleccionado como dever comparativamente e na situação dada.
Tratar da mesma maneira o que é semelhante e de maneira diferente o que é dissemelhante.
Eis, em primeira aproximação, a idéia que no conceito de Imparcialidade se quer exprimir.
A imparcialidade não benévola pode ser ou não moral ou malévola.
Imparcialidade não moral é, por exemplo, a que exprime indiferença, a que traduz aleatoriedade (mediante sorteio ou de outra forma de randomização), a que emerge de sistemática neutralidade.
A imparcialidade malévola consiste, por exemplo, em tratar da mesma maneira, materialmente injusta, o que é factualmente semelhante.
Mário Sottomayor Cardia in "Ética I - Estrutura da Moralidade" Ed. Presença, 1992
A sua sombra ilustre passeou na terra dos homens, condenando com talento a arrogância dos fanáticos.
Hoje foi-se para as regiões do Cimo...