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La force des choses
10.10.06
 
Da Matéria: Descartes


A Mecânica de Descartes e a Metafísica precisam apenas de uma substância nua. “A natureza da matéria ou do corpo visto como um todo não consiste no facto de ser uma coisa dura, pesada, colorida ou que toque os nossos sentidos de qualquer outra forma, mas apenas no facto de ter uma substancia longa, larga e profunda” (Princípios da Filosofia, II, p. 4).
Assim é o corpo “substância das coisas materiais”.
A extensão é infinitamente divisível (p. 20) e não é portanto constituída por elementos simples (átomos), não contém nenhum vazio (p.16-18), é homogénea e contínua; é indefinida (p. 21).

Num sentido particular, o corpo é uma parte extensa.

O movimento é a deslocação desse corpo, de uma vizinhança entre dois corpos.
O movimento é apenas relativo a um observador julgado imóvel.
Se bem que não haja diferença substancial entre repouso e movimento.
O movimento não exige nenhuma forma especial, é uma propriedade do móvel, o repouso é uma propriedade diferente.

A Mecânica é uma parte da Geometria: o estudo e a produção de figuras em movimento.

Os únicos transformadores pertinentes são os axiomas da Geometria Clássica.

A matéria cartesiana é um conceito, a extensão perfeitamente transparente para o pensamento geométrico-algébrico. Tudo o que dela vem pelos sentidos é retirado como aparência. Sendo o meu corpo uma parte de extensão não me pode informar sobre a extensão em geral e sobre a sua lógica matemática.
A fisiologia, pelo contrário, tenta explicar as aparências (dureza, peso, cor, etc.) pelo único mecanismo de figuras e movimentos.
É necessário encontrar a máquina sob a sensibilidade que apenas é um efeito do teatro.

Hoje diríamos que não há matéria no pensamento cartesiano.

A expiração do “outro material” inspira a decisão de recusar os “saberes” do próprio corpo. A união da alma e do corpo permanece um enigma inexplicável. A alma só se une a si própria, por meio dos seus transformadores próprios, as ideias originais, as categorias. Dispõe da linguagem única. O corpo é um locutor confuso: diz “mole”, “morno”, “azul”, “pesado”, em vez de falar de linhas, curvas, choques e relações.



A Matéria assim recusada, expirada, permanece nesse pensamento violentamente moderno: é a confusão enigmática do outrora, a confusão da vila mal construída, da criança ignorante, cega, do olhar estranho da pequena rapariga amada por René Descartes quando criança.
De tudo o que nos vem por trás, “da frente”. A confusão, o preconceito, são matéria do pensamento, a desordem do passado que ocorre antes de ter sido desejado e concebido, que não sabe o que diz, que se deve traduzir e corrigir sem parar, actual e activo em intuições distintas.
A infância, o inconsciente, o tempo (porque “então” é “agora”), o antigo, são a matéria que o entendimento pretende resolver no acto e na actualidade da intuição instantânea.
Toda a energia pertence ao pensamento, que diz o que diz, que quer o que quer.

A Matéria é o fracasso do pensamento, a sua massa inerte, a estupidez.
Que impaciência, que angústia, no Modernismo cartesiano!

Jean François Lyotard, O inumano, considerações sobre o tempo, Estampa 1990


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