29.10.05
The big mule
Bernie Ecclestone tem 75 anos e tornou-se milionário ( a oitava fortuna no Reino Unido) com o negócio da Formula Um.
Esta eminencia parda possui 25% da Slec Holdings (do nome da sua mulher Slavica) baseada em Jersey e que controla o Campeonato do Mundo com a Federação Internacional do Automóvel (FIA).
Enfrenta hoje uma revolta dos business partners (Bayerische Landsbank/ Lehman Brothers Holdings/ JP Morgan Chase que representam 75% do capital) e chefes de equipas que querem acabar com o seu domínio de 25 anos sobre este desporto.
Em 1971 comprou a equipa Brabham e com Nelson Piquet conquistou dois campeonatos do Mundo (1981 e 83).
Mas começou a construir o seu poder em 1972 quando fundou a Formula One Constructors Association (FOCA) da qual foi nomeado administrador executivo em 1978, aumentando depois progressivamente o controle sobre o desporto.
Em 1981 os construtores associados entregaram a Ecclestone a negociação dos direitos de transmissão pela Televisão, que ele negociou como um pacote único.
De uma dúzia de GP nos anos setenta o Campeonato do Mundo passou para os actuais 19.
Ecclestone comprou autódromos e negociou contratos a prazo; passou a haver permanentemente uma procura a exceder a oferta de calendário, e aqueles em que falha algo são logo substituídos, como aconteceu ao Estoril.
Em 1990 começou a negociar direitos de exclusividade com uma só Televisão em cada país (só na Europa foram 32), e o negócio ultrapassou em valor os Jogos Olímpicos e o Mundial de Futebol.
A Formula One Administration Ltd recebe todos os direitos comerciais do Campeonato do mundo indo 53% para a FIA e 47% para os construtores.
Em 2002 tirou um lucro de 126.000.000 U$ de uma receita de 642.000.000 U$.
A Formula One Management Ltd, uma segunda empresa que apenas gere a Formula Um apresentou um prejuízo de 37.000.000 £ numa receita de 50.000.000 £.
Ambas a companhias são da Slec Holdings, detentora dos direitos comerciais.
Nesse ano Ecclestone recebeu das duas empresas da Formula Um 2.700.000 U$.
Montezemolo, o presidente da FIAT pretende que as equipas dupliquem a receita entregue pelas empresas para 80% (em vez dos actuais 43%), para fazer face ao aumento dos custos.
Ecclestone e a FIA com Max Mosley, pelo contrário querem reduzir os custos e manter as receitas.
Se não for alcançado um acordo até 2008, as quatro grandes (FIAT-Ferrari/ Daimler Chrysler-McLaren/ Toyota/ Renault/ a Ford já saiu vendendo a Jaguar à Red Bull) ameaçam fazer o seu próprio campeonato.
A crise tem como principais factores:
- Os custos que sobem exponencialmente porque, para se manterem competitivas, as equipas mais fracas tem de tentar acompanhar os investimentos maciços em desenvolvimento com que as equipas grandes, lideradas pela Ferrari, as esmagam.
- A baixa de receitas agravada pela proibição da publicidade ao tabaco (na Europa) o que representa 25% (250.000.000 U$) das receitas comerciais da Formula Um.