5. Quinto dos Impérios
A viragem decisiva para a entrada em nova fase do mundo se deu com a constituição politica de uma Península diversa e una;
A qual, embora pensada e debatida nos séculos XIX e XX, só teve forma a partir dos fins do XXI: todas as regiões ou nacionalidades ou etnias, como se queira, tiveram uma inteira autonomia sem que, no entanto, se desirmanassem;
Se puseram de acordo quanto às bases da economia, passando da noção de propriedade colectiva para a de não-propriedade, que bem difícil seria de entender para homens de tempos anteriores: o que significou que ninguém foi nunca mais dono disto ou daquilo, excepto naturalmente o que era de uso pessoal de cada um, inclusive as casas com seus jardins e campos de recreio;
Portugal e a terra eram o mesmo, coincidiam, e era o solo tão livre como o ar – lá se foi também isso de mar exclusivo e de espaço aéreo; a própria renda de uso tem vindo a diminuir e espero que em breve, pelo sempre contínuo aperfeiçoamento das técnicas, nem a tal tenhamos de satisfazer, em termos de trabalho esporádico.
O ponto final deste parágrafo histórico foi o de se estabelecerem os quatro centros de acção:
O de Toledo, para encontro geral – e bem contente deve ter ficado o Afonso X lá onde está, se está, com a sua fé
O de Tarragona, para o que é Mediterrâneo;
O de Tomar, que olha ao Ocidente e se encarrega em especial de tudo o que pelo Mundo se exprime em línguas ibéricas;
E o de Compostela, em que a Europa, como outrora, vai peregrinando e se encontrando.
Que fez refundir as fronteiras internas de África, abolidas de vez, as de Berlim;
Até, por tudo, crendo que estamos no limiar daquela final Idade de que profetizou o bom abade Joaquim de Flora: o governo das crianças e reino do Imprevisível; ou o Quinto dos Impérios como lhe chamavam o padre Vieira e o filósofo Silva, seus difusores dos tempos seguintes.
O pior é que o Cisterciense já o julgava em seu século XII.
retirado a Agostinho da Silva, Portugal ou as cinco idades
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