3. Retorno
Quando do retorno à Península, davam-se os primeiros sinais da revolução que tornou o sílex automático, pela basilar invenção do micro circuito: o capitalismo esvaía-se em desemprego, que ninguém era capaz de ver como o toque percursor da vida livre e criadora que hoje temos;
O que se chama socialismo, e era bastante mais capitalismo de Estado, mas representava um imenso progresso sobre o privado, continha com dificuldade, e a cada passo abrindo brecha, os anseios de liberdade do homem;
Iniciava-se na produção o reino do autómato e não havia quem lhe adaptasse a economia, nem a politica, nem perdia o que respeita ao transcendente aquele jeito de disciplina que para muito ano marcara Trento.
Em todo o caso, mais por obra de causas da História a que não damos nome do que por decisão dos homens – a vida de Portugal sempre foi muito “apesar deles” – o País se encaminhou ao futuro pelo desafogo das coacções;
Por, graças à TV, uma ligação popular como o Brasil;
E por uma geral boa vontade quanto às Africas, boa vontade que, por falta de meios, pelo menos por falta de meios, se não tingiu de neocolonialismo; até a desordem no ensino facilitou o passo de futuros critérios de educação, mais próximos de Platão do que da Palmatória.
Agostinho da Silva, Portugal ou as cinco idades
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