La force des choses: Grandes males, grandes remédios

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Quando o urbanismo se instituiu como disciplina científica, entre as duas guerras do século XX, os exemplos percursores mais importantes eram apontados na formação do Ring de Viena em 1859, na abertura dos Boulevards de Paris pelo Barão Haussmann em 1853 ou no plano de Ildefonso Cerda (o inventor do termo) na Barcelona de 1864.

Muito antes disso, muito antes até das malhas ortogonais que desenharam as cidades do Novo Mundo, já portugueses tinham rompido as muralhas medievais, mudado a sua corte para a margem de um rio e traçado os talhões ortogonais do Bairro Alto de S. Roque.

Mas foi do caos causado pela maior catástrofe natural do século XVIII, que surgiu um dos mais brilhantes exercícios urbanos de sempre.
E, embora não passe de uma interpretação, pensamos encontrar na Baixa Pombalina uma assimilação do quarteirão, já não ao lote, mas ao bloco, percursor de uma ruptura no desenho a cidade, que voltará a surgir no urbanismo Moderno do séc. XX, e que leva Corbusier até ao radicalismo da Unidade de Habitação de Marselha.
O falecido Arq. José Lamas disse isto assim: “Raramente se terá obtido unidade tão completa entre urbanística e construção, entre cidade e arquitectura”.

Creio que só a periferia de Portugal pode explicar, o desprezo pelo avanço aqui feito na ideia de cidade, não se compreendendo porque não está a Baixa no Património Mundial da UNESCO.

- posted by cbs @ 4:09 da tarde

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